Estudante de Medicina da Indonésia participa de projeto de saúde para idosos

Aramita Satoto, que está no terceiro ano do curso, está fazendo um intercâmbio de um mês na Unit, em Aracaju, e participa de diversas atividades acadêmicas e culturais 

Uma estudante de Medicina vinda da Indonésia está vivenciando uma grande experiência de intercâmbio em Sergipe. Ao longo deste mês de agosto, a aluna Aramita Sekarajati Satoto, da Universidade Islâmica Sultan Agung (Unissula), em Semarang, cidade a 440 quilômetros da capital Jacarta, vem acompanhando e participando de diversas atividades acadêmicas do curso de Medicina e do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente (PSA), além de conhecer mais a fundo a cultura brasileira e a cidade de Aracaju. A vinda dela para a Unit foi possível a partir de um programa de extensão da Federação Internacional de Associações de Estudantes de Medicina (IFMSA), entidade que reúne mais de 8 mil estudantes de medicina em cerca de 130 países, incluindo o Brasil.

Durante o intercâmbio, Aramita irá participar de atividades do Laboratório de Biociências da Motricidade Humana (Labimh), ligado ao PSA. Uma delas é o projeto Masterfitts, dedicado a estudos e atividades que proporcionam saúde, qualidade de vida e autonomia funcional para a população idosa, através da relação entre envelhecimento, exercícios e hábitos de vida saudável. O projeto completou sete anos e já atendeu a mais de 500 pessoas idosas da capital sergipana. 

“O envelhecimento é um problema que desperta a preocupação do mundo todo. A população está ficando cada vez mais velha e está se gastando [nos países] cada vez mais dinheiro em saúde pública. A forma de a gente fazer isso é incentivar hábitos de vida saudáveis. Isso é o que a gente faz no Masterfitts: saúde mental e emocional”, destaca o professor Estélio Henrique Martin Dantas, do PSA/Unit, que coordena o Labimh e o Masterfitts. Ele cadastrou o projeto no programa da IFMSA e colocou-o à disposição de estudantes estrangeiros interessados em fazer intercâmbio. 

É aqui que entra a história de Aramita, que cursa o terceiro ano de Medicina na Unissula e, inspirada na carreira profissional da mãe, prepara-se para ser pediatra. O interesse no projeto da Unit se deu por causa da convivência com os avós paternos e maternos. “A qualidade de vida é diferente: no lado da minha mãe, eles são mais felizes porque gostam de exercícios e têm muitas atividades, enquanto os do lado do meu pai não têm essa atividade e eles não socializam muito. Acho que eles não estão tão felizes quanto os avós do lado da minha mãe. Então é muito interessante e espero que muitos dos avós possam melhorar a qualidade de vida deles, porque isso afeta a sua saúde e o seu físico”, afirma. 

Já a escolha pelo Brasil, dentre propostas de outros 20 países, também foi decidida de maneira curiosa: a aluna indonésia conta que assistiu ao filme de animação Rio, do brasileiro Carlos Saldanha, e gostou do que foi retratado sobre o país. “Eu acho que o Brasil é muito interessante e divertido. A cultura, o carnaval e as pessoas são muito lindas e acolhedoras”, justifica Aramita, uma jovem simpática, fluente em inglês, de sorriso e comunicação fácil. 

Atividades

Aramita chegou a Aracaju no último dia 4 e retornará no dia 31 para a Indonésia. Durante este período, ela vem participando de aulas práticas, tutorias e outras atividades do PSA, do Labimh e dos cursos de Medicina nos campi da Unit em Aracaju e Estância, além de atendimentos e procedimentos médicos no Lar Cidade de Deus (em Itabaiana), no Centro de Educação e Saúde Ninota Garcia e nos hospitais DeCós, Cirurgia e Santa Isabel. Até o momento, ela não viu muitas diferenças entre os cursos de Medicina do Brasil e da Indonésia, que exigem seis anos de estudos e adotam o método PBL (Aprendizado Baseado em Problemas). No entanto, ela elogiou o contato direto dos alunos com as atividades práticas e as estruturas de laboratórios da Unit, incluindo os de anatomia, e de simulação realística. 

Além das atividades acadêmicas, os alunos ligados ao PSA acompanham a estudante indonésia em  uma série de visitas a pontos turísticos de Aracaju, como a Orla da Atalaia, as praias da Aruana e do Mosqueiro, o Mercado Thalles Ferraz, o Memorial de Sergipe e o Museu da Gente Sergipana, além dos shoppings centers da capital. “A gente percebe que, de onde ela veio, realmente tem coisas que ela não conhece ou nunca viu. A culinária sergipana é diferenciada e algumas lojas que temos na cidade também são. E uma coisa que ela pergunta muito é se estamos perto da praia, e a praia é um ponto importantíssimo da nossa terra. A Aramita vai comer caranguejo na praia. Ela já conhecia caranguejo, mas quando conhecer o nosso, certamente vai dizer: ‘Uau!’”, revela a doutoranda Karollyni Andrade Dantas, do PSA. 

Esse entusiasmo vem se refletindo no contato dos outros alunos da Unit com Aramita, que é muçulmana, assim como mais de 86% dos 275 milhões de habitantes de seu país. Pelo campus, ela se destaca facilmente por usar o hijab, um véu que encobre os cabelos e é utilizado pelas mulheres que seguem os preceitos da religião. “Os alunos, quando vem a Aramita, querem perguntar coisas pra ela, como é que é o país dela, como é que funciona… A gente vê um entusiasmo muito grande dos alunos de Medicina em relação a isso”, conta o professor Estélio, destacando que essa interação é um ponto importantíssimo do intercâmbio, pois coloca os alunos brasileiros em contato com outras culturas. “O objetivo de qualquer tipo de universidade é internacionalizar. E nós estamos internacionalizando com alguém que vem do outro lado do mundo”, comenta. 

Fonte: Asscom Unit

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