As duas campanhas alertam para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado no enfrentamento da leucemia, do lúpus, da fibromialgia e do Alzheimer
O diagnóstico precoce e o apoio especial aos pacientes é o mote principal de duas campanhas médicas que se destacam ao longo deste mês: o Fevereiro Laranja, dedicada ao combate contra a leucemia; e o Fevereiro Roxo, cujo foco está nas doenças de lúpus, fibromialgia e Alzheimer. Há pouco mais de 10 anos, elas vêm sendo adotadas e promovidas em todo o país através de campanhas promovidas por instituições de saúde e entidades médicas, que buscam chamar a atenção para a gravidade e a complexidade destas doenças crônicas.
Ambas as campanhas, além de explicar o que são estas doenças e quais as suas formas de tratamento, têm o objetivo de fortalecer e incentivar o diagnóstico precoce. “Essas campanhas têm um papel fundamental para educar a sociedade sobre a importância do diagnóstico e do cuidado contínuo, especialmente em doenças complexas. As ações ajudam a desmistificar as condições, combatem o estigma e promovem acesso ao tratamento em regiões onde a informação é mais limitada”, afirma o infectologista e professor Matheus Todt Aragão, do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit).
A Leucemia é um tipo de câncer que causa o crescimento acelerado e anormal nas células do sangue, responsáveis pela defesa do organismo, os leucócitos. Atualmente, a doença ocupa a nona posição nos tipos de câncer mais comuns entre homens e a 11ª em mulheres. No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que 10 mil novos casos de leucemia sejam diagnosticados por ano. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado aumentam as chances de cura. Por isso, é necessário ficar alerta para sintomas como anemia, cansaço e fadiga, queda de imunidade, baixa na contagem de plaquetas, perda repentina de peso, infecção, febre, hematomas e sangramentos espontâneos.
O lúpus é uma condição autoimune que leva o organismo a produzir mais anticorpos que o necessário para se manter em pleno funcionamento, o que leva esses anticorpos a atacar próprio organismo, causando inflamações nos rins, pulmões, pele e articulações. Segundo o Ministério da Saúde, o Lúpus Sistêmico (Les) é a forma mais comum e mais grave da doença e também a mais comum, afetando aproximadamente 70% dos pacientes com lúpus, principalmente mulheres em idade fértil.
A Fibromialgia provoca dores generalizadas nos músculos e nos ossos, impactando na qualidade de vida do paciente. A causa do surgimento da doença ainda é desconhecida, mas ela pode aparecer depois de eventos graves como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção, provocando sintomas como cansaço excessivo, alterações no sono, ansiedade e depressão. A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) calcula que a fibromialgia afeta cerca de 3% da população, sendo a maioria esmagadora de mulheres.
Já o Alzheimer é a principal causa de demência no mundo, que afeta principalmente a memória e outras funções cognitivas, a partir de um grupo de distúrbios cerebrais que causam a perda de habilidades intelectuais e sociais. No Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), 6% das cerca de 15 milhões de pessoas acima de 60 anos de idade têm a doença. Seu acompanhamento demanda atenção especial para sinais precoces e suporte às famílias.
O porquê das cores
A escolha das cores está relacionada a características específicas de cada doença. O laranja é relacionado à vitalidade e à energia proporcionada pela medula óssea, que possui as células-tronco responsáveis pela geração de todo o sangue do corpo, com seus glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. O transplante da medula óssea é o tratamento indicado para a leucemia, pois ele substitui estas células-tronco, chamadas de hematopoéticas, que acabam afetadas pelas células cancerígenas.
“A conscientização sobre a leucemia e a importância da doação de medula óssea são essenciais para salvar vidas. A mobilização nacional em torno dessa causa tem sido um marco para sensibilizar a população e aumentar o número de doadores, algo essencial para os pacientes que aguardam transplantes,” ressalta Todt, referindo-se ao incentivo dado pelo Fevereiro Laranja à doação de medula óssea. Esse efetivo já começa a dar um sinal positivo: o crescimento de 6% no número de novos cadastros no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
Por sua parte, o roxo é associado à resiliência, ao amparo e ao cuidado, necessário para o acompanhamento dos pacientes com lúpus, fibromialgia e Alzheimer. Enquanto a ciência ainda investiga possibilidades de cura e de tratamentos mais eficazes para estas doenças crônicas, o foco da Medicina está em melhorar a qualidade de vida dos pacientes e controlar os sintomas, através de medicamentos, terapias físicas, mudanças no estilo de vida e suporte psicológico, entre outros tratamentos.
Fonte: Asscom Unit
