O gabinete de segurança do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aprovou nesta segunda-feira (5) um novo plano militar para ampliar a ocupação da Faixa de Gaza, o que pode significar a permanência das Forças de Defesa de Israel (FDI) em todo o território palestino.
Segundo agências internacionais como a Reuters e a AFP, a nova ofensiva incluiria a tomada total da região, com deslocamento em massa da população civil para o sul de Gaza. Ainda neste fim de semana, milhares de reservistas foram convocados pelo governo israelense para reforçar a operação.
Nas redes sociais, Netanyahu afirmou que o gabinete decidiu por uma “operação enérgica em Gaza“, mas se recusou a dar detalhes do plano. Já o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, foi mais direto. Durante uma conferência online pró-colonos, declarou:
“Finalmente vamos conquistar Gaza. Não temos mais medo da palavra ‘ocupação’.”
Além da ofensiva, o governo israelense anunciou um plano para retomar o envio de ajuda humanitária, mas com controle feito por empresas privadas, excluindo organizações da ONU e entidades humanitárias internacionais. A decisão ocorre em meio a críticas da comunidade internacional e julgamentos em curso na Corte Internacional de Justiça (CIJ) da ONU.
Smotrich justificou a medida dizendo que a ajuda fortalece o Hamas e prolonga o conflito:
“Cada caminhão que chega ao Hamas em Gaza prolonga a guerra, fortalece o Hamas e coloca nossos combatentes em perigo.”
A escalada também ocorre após o grupo Houthi, do Iêmen, atingir o aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, no domingo (4), em apoio à causa palestina. Israel prometeu retaliar, inclusive contra alvos ligados ao Irã, acusado de financiar os iemenitas.
Crise humanitária se agrava em Gaza
O bloqueio total de ajuda humanitária imposto por Israel continua desde o dia 2 de março. Segundo o Ministério da Saúde da Palestina, 40 pessoas morreram e 125 ficaram feridas nas últimas 24 horas. Desde o fim do cessar-fogo em 18 de março, 2.436 palestinos foram mortos por bombardeios e ações terrestres.
Ao todo, 52 mil palestinos morreram em Gaza desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023.
A nova ofensiva e o endurecimento da ocupação aumentam a tensão na região e aprofundam a crise humanitária, enquanto a comunidade internacional observa com crescente preocupação os desdobramentos do conflito.