POLÍTICA E PROPAGANDA.
O bom político é aquele que promete o que o povo quer; faz o que o povo necessita; e convence ao povo que aquilo foi o pedido. (*)
Independente de detalhamentos, o primeiro grande político da história foi a serpente do paraíso. Ganhou pelo bom papo. Todavia, ficou para sempre amaldiçoada, símbolo do mais abjeto e perigoso ente. Tivesse agido com um pouco mais de sutileza, teria passado à história como um arcanjo ou até um semideus.
A natureza humana necessita do irracional. Traduzido, às vezes, em forma de arte, seja plástica, literária, ou performática, a mais atraente, impactante. Daí porque pastores, políticos, comunicadores em geral tanto consiga na arte de influenciar e dominar.
Desde priscas eras da humanidade, a propaganda sempre foi arma de dominação; e tão eficiente é, que convence multidões a usar a mesma marca, onde individualmente se sente especial; único.
E, comerciante ou dirigente de qualquer natureza, que não investe em propaganda é um fracassado, líquido e certo.
Hoje lendo um artigo de Rui Castro, no jornal Folha de São Paulo, O Poder pelo Poder, o mesmo analisa, crítica e deploravelmente os passos do futuro presidente estadunidense, a partir do próximo dia 20, o retornante Donald Trump.
Cá entre nós, a eleição de Trump, pela segunda vez, nada é mais simbólico para uma nação que esqueceu de trabalhar para jogar; seja nos cassinos de Trump, em Las Vegas; seja nas cafuas da Rua do Muro, a Wall Street, como gostam de chamar nossos “colonistas” da mídia, e em que hoje não se joga apenas ações de fábricas e redes comerciais, na Bolsa de Valores. Todo tipo de trapicola é feito no sistema. Até coisas honestas ainda tem. Raríssimo; mas tem. E eles podem jogar – e trapacear – à vontade porque a maior máquina de matar da história humana está em cima da mesa do carteado. Nem no coldre é.
Reclama o artículo-“colonista”, que Trump disse isso, disse aquilo, ameaçou, bravateou. Coisas de cafueiros; que Trump jamais deixará de sê-lo.
Aí abro os sítios de internet daqui de Sergipe, e vejo, Sua Excelência, o Governador parecer boneco de posto. Ou como diria o saudoso colega radialista, Rosalvo Soares, nos tempos albanistas, “vai até pra casamento de bonecas”. Claro: já entregou a DESO e outros caraminguás devem estar a caminho. É seu mister. O resto? Feijão com arroz.
Radialista Rosalvo Soares (in memoriam), cunhando a expressão “Indo até pra casamento de boneca”. Pelos excessos das altoridades e seus marqueteiros.
A as prefeituras, cujos mandatários acabam de ser empossados?
“Release”, na mídia é o prato do dia. As “matérias” até parecem terem sido escritas pelos próprios prefeitos.
Choradeira, principalmente. E acusações. Parecem até que assumiram as lideranças das respectivas oposições; e não como mandatárias ou mandatários.
Na qualidade de marqueteiro às antigas – e bote antigo nisso – eu tenho certeza de que governo precisa se comunicar. “Todo o artista tem de ir aonde o povo está”, como diz o poeta-cantor, Milton Nascimento. Dar publicidade do que faz, como bem apregoa a nossa Carta Magna. Que propaganda tem de ser feita, tão intensamente como na campanha política. Porém, o modo aqui não é propositivo, muito menos acusativo. Mudou. O eleito agora tem que governar. É governo; não oposição.
Do contrário do que vem parecendo há dois anos, em relação ao Estado; e nas duas últimas semanas em relação a pelo menos metade das 75 prefeituras no estado.
Rezemos.
(*) Frase minha. Desconhecendo qualquer coisa semelhante. Que deve existir.