O governo federal voltou a debater a possibilidade de retomar o horário de verão a partir de 2025. A medida ganhou força após o cancelamento do leilão de reserva de capacidade, que estava previsto para junho deste ano. O adiamento elevou o alerta para o risco de déficit no fornecimento de energia elétrica durante os picos de demanda no segundo semestre.
A decisão final será política, mas envolverá ampla análise técnica e econômica, segundo fontes do governo. Setores da indústria, comércio, turismo e saúde também serão ouvidos antes de qualquer anúncio oficial.
Em 2023, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já havia recomendado o retorno do horário de verão. Na época, a entidade estimou que a medida poderia proporcionar uma redução de até 2,9% na demanda máxima de energia— alívio significativo em períodos críticos de consumo, especialmente nas noites quentes do verão brasileiro.
O horário de verão foi extinto em 2019 após estudos indicarem menor eficácia na economia de energia devido à mudança dos hábitos de consumo e à popularização de aparelhos como o ar-condicionado. No entanto, com o cenário energético mais pressionado e a ausência de novos contratos emergenciais de geração, o tema voltou ao radar do Planalto.
A proposta ainda está em fase inicial de discussão e, segundo interlocutores, não há uma definição sobre sua adoção definitiva. Caso aprovada, a mudança deverá valer a partir de outubro de 2025.