Pedro Ribeiro formou-se em odontologia na Bahia, um ano após a formatura, em medicina, de Airton Mendonça Teles, o filho do líder do PSD, em Itabaiana, Manoel Teles.
O doutor do grande Beco Novo.
Pedro Ribeiro era um homem de poucas conversas: discreto, recatado e austero. Não saia distribuindo “bom-dia”, com quem encontrasse. Morador do conhecido Beco do Ouvidor, perpendicular ao Beco Novo, atual Rua Monsenhor Constantino.
Uma rua de pobres!
A vizinhança do professor Pedrinho era gente do povo: Seu Marinho, eletricista; Cosme, funileiro; João Mena; marceneiro. Ruço, o pai de Nilson Hora; Sinhá, lavadeira; Orlando, do Bom Jardim; Alaíde, pataqueira, mãe de Fóbica e Seu Elpídio de Ascendino, vendedor de rede de dormir; e pai desse escrevinhador.
O professor Pedrinho era uma exceção na rua. Um homem estudado, ao lado da plebe. Não sei porque morava ali. Talvez por ser casado com uma filha de Zeca Mesquita e em um lado do Beco do Ouvidor, ficasse o extenso muro da mansão de Zeca Mesquita, um lorde, para os padrões itabaianenses de civilidade.
Era a nossa “Muralha da China”, onde os meninos afoitos corriam por cima, como demonstração de coragem e maestria. A rua era descalça e escura. No inverno, brincávamos com os sapos.
Pedrinho, Edson e Tennyson da farmácia, filhos do Dr. Florival de Oliveira, à época, a maior expressão intelectual de Itabaiana, eram casados com três filhas de Zeca Mesquita, Lourdes, Bernadete e Maria do Carmo.
Pedro Ribeiro de Oliveira, Dentista e Professor. Nasceu em 13/01/1923, em Itabaiana. Filho de Florival de Oliveira e Filenila de Melo. Pedro Ribeiro casou-se com Maria do Carmo Silveira e tiveram 5 filhos, Iara Selma, Heliane, Marly, Samuel Augusto, Saulo Augusto e Sérgio Augusto.
Dr. Pedrinho formou-se em Odontologia, em 1948, na Faculdade de Odontologia da Bahia. Creio que o primeiro itabaianense a formar-se em odontologia.
Em Itabaiana, o seu consultório era na Praça Fausto Cardoso, na casa dos pais.
Ensinou no Murilo Braga Ciências e Francês. Em 1966, mudou-se para Aracaju. Ensinou Ciências, Biologia e Francês, nos colégios Tiradentes, Tobias Barreto e Atheneu Sergipense.
Faleceu aos 75 anos, em Aracaju. Integro, e sem deixar cabedais.
Antonio Samarone. Secretário de Cultura.