ITABAIANA, A SEGUNDA MAIS ANTIGA DE SERGIPE.

Foi tentada na Igreja Velha, na década de 1620. Não deixaram prosperar. E, da igreja que lhe daria suporte, hoje só restam as ruinas.

Mas em 30 de outubro de 1675, por ordem do rei de Portugal, ela nasceu. Timidamente.

Era para ser uma supercidade; se prata tivessem encontrado aqui. Como não encontraram, ficaram a matriz e suas minúsculas casas ao redor. E assim atravessou dois séculos. 

Em 1679 surgiu Lagarto, depois outra, e mais outra. 

Em 1697, ganhou autonomia municipal. Emancipou-se. Junto com Lagarto, Santo Amaro das Brotas e Santa Luzia do Itanhi.

A roda da fortuna também mudou: de primeiro centro de produção pecuária do Brasil, Itabaiana foi perdendo essa condição, e praticamente esquecida no século XVIII, quando os vales do Cotinguiba, Japaratuba e Vaza-Barris se encheram de engenhos, riquezas até arrogância, tratando os serranos, agora, como ceboleiros.

Empobrecida, sua população se lançou na estrada, de feira em feira, e, mesmo nessa condição, um neopolitano, que a adotou, e foi por ela adotado, incorporando a intrepidez do cacique Mbaepeba; do vaqueiro Simão Dias, o mameluco ou francês; e do governador, capitão-mor, Manuel Pestana de Brito, ao liderar a legião de pequenos, destemidos e teimosos serranos, José Matheus da Graça Leite Sampaio deu um basta nas pretensões baianas de tornar Sergipe um eterno puxadinho da Bahia. Em 20 de julho de 1820, o rei D. João VI assinou o decreto, retornando Sergipe, agora, à plena independência da Bahia.

Mas Leite Sampaio, ao morrer, não deixou sucessor; e o grande município, constituído de pequenos – agricultores e comerciantes – caiu mais uma vez no esquecimento. Na década de 1860, numa breve respirada pela produção de algodão nasceu sua feira, e consequentemente o embrião do seu robusto comércio; mas foi voo de galinha; curto.

O título de cidade de 1888, em nada significou, já desmoralizado desde o fim da era colonial (cidade era uma vila fortificada, com muros, e pesado aparato militar: canhões, soldadesca etc.).

Mas em 1950, a combinação de um tetraneto de Leite Sampaio, no governo de estado – José Rollemberg Leite – e de nova e forte liderança – Euclides Paes Mendonça – rompeu com a eterna pusilanimidade e finalmente a transformaram numa cidade, conforme o ideário popular.

De qualquer modo, assim como cada título desportivo, ganho por um itabaianense, individualmente ou em equipe, tem que ser comemorado pela cidade, o status de cidade conseguido aos 191 de emancipação da vila, têm que ser comemorado (porque toda vez que um ceboleiro sobe, ele me leva consigo, independentemente de qualquer coisa). 

Independentemente de a grande festa ter sido criada como campanha de políticos, em 1988.

Rumo ao aniversário de 350 anos de fundação.

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