Membrana para tratamento contra câncer de pele é desenvolvida em pesquisa

O estudo é realizado em um projeto de iniciação científica, associado a uma dissertação de mestrado do programa de Biotecnologia Industrial da Unit; o objetivo é oferecer um tratamento mais eficaz e direcionado contra os tumores

Uma pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação de Biotecnologia Industrial (PBI), da Universidade Tiradentes (Unit), trabalha no desenvolvimento de uma membrana multicamadas que pode ser usada em tratamentos contra o câncer de pele. O estudo envolve um projeto de iniciação científica conduzido pela estudante Rayssa Costa Araújo, aluna do 8° período do curso de Biomedicina, e associado a uma dissertação que está sendo desenvolvida por Victoria Louise Santana dos Santos, aluna de mestrado do PBI. 

O objetivo do estudo é aperfeiçoar as terapias de tratamento contra a doença, uma das que mais afetam a população brasileira. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pele tem uma incidência de 175 mil novos casos por ano e uma mortalidade de aproximadamente 4,5 mil pessoas. Especialistas estimam que um entre cada quatro casos de câncer diagnosticados tenha origem na pele ou nas mucosas, por conta principalmente de fatores como a exposição ao sol ou à radiação.

A pesquisa segue uma linha relacionada ao desenvolvimento de novos produtos farmacêuticos. De acordo com Rayssa, o projeto visa oferecer um tratamento alternativo, que supere as limitações das terapias tradicionais oferecidas hoje. “O objetivo é o desenvolvimento de um tratamento tópico, direcionado, efetivo e inovador para o câncer de pele. As terapias convencionais, muitas vezes, são pouco específicas para as células tumorais e acabam destruindo também células saudáveis. Nosso objetivo é desenvolver uma abordagem mais eficaz e direcionada, minimizando os efeitos colaterais e aumentando a precisão no combate às células cancerígenas, proporcionando um melhor tratamento para a sociedade”, explica Rayssa.

Esta alternativa viria através de uma membrana polimérica desenvolvida através da metodologia layer-by-layer. É uma técnica de produção de filmes com a colocação de várias camadas de uma substância uma sob a outra, a partir da colocação de cargas opostas (polieletrólitos) na superfície de um substrato. Por cima destas membranas, serão inseridos fármacos que agem destruindo as estruturas das células tumorais, após serem ativados por uma luz. Segundo a estudante, a membrana servirá como suporte de entrega para a ação do fármaco, ao ser colocada sob as áreas afetadas. 

Tanto o projeto de iniciação científica quanto a dissertação de mestrado têm a orientação da professora-doutora Patrícia Severino, do PBI/Unit, e co-orientação da pesquisadora e Sona Arun Jain (co-orientadora), além da participação de um aluno de intercâmbio: o peruano Matias Josué Maldonado, que cursa Farmácia na Universidad Católica de Santa Maria (UCSM), em Arequipa (Peru). Os trabalhos são executados no Laboratório de Nanotecnologia e Nanomedicina (LNMED), do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP). 

A própria Rayssa conta que tomou contato com o projeto ao se inscrever no Programa de Iniciação Científica da Unit e visitar os laboratórios do ITP. “Este projeto chamou mais minha atenção devido ao câncer de pele ser uma problemática mundial, sendo essa temática abordada durante as minhas disciplinas da graduação”, disse ela, acrescentando que sempre se interessou por áreas da ciência voltadas à saúde e à biologia. Ela acrescenta que a iniciação científica lhe deu a chance de ampliar os conhecimentos nestes temas de maior afinidade. “Ser uma aluna de Iniciação Científica me permite compreender melhor como os mecanismos do nosso corpo funcionam e desenvolver soluções para problemas de saúde”, diz a aluna, que após a formatura, pretende fazer o mestrado e doutorado na área de Biotecnologia Industrial.

A previsão é de que o projeto de pesquisa seja concluído até dezembro deste ano, mas uma parte dos dados obtidos já foi divulgada em alguns eventos científicos. Em um deles, a Jornada Farmacêutica da Unit, realizada em maio, ele foi premiado com nota máxima, em virtude de seu valor científico para as Ciências Farmacêuticas.

Fonte: Asscom Unit

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