Ricardo Vasconcelos reforça a importância do diálogo entre Executivo e Legislativo e alerta para possíveis mudanças na relação institucional caso não haja respeito mútuo.
Em entrevista ao Programa Jornal da Manhã, da Jovem Pan, o presidente reeleito da Câmara Municipal de Aracaju, Ricardo Vasconcelos (PSD), destacou a necessidade de uma gestão equilibrada e respeitosa entre os poderes. Ele frisou que o Legislativo não será submisso ao Executivo e alertou a prefeita Emília Corrêa (PL) e o vice-prefeito Ricardo Marques (Cidadania) sobre a importância de manter o diálogo e a colaboração.
O recado à prefeita
Ricardo Vasconcelos começou com um tom conciliador, mas incisivo, ao relembrar as origens dos atuais gestores municipais, ambos ex-vereadores. “Espero que Emília e Ricardo não esqueçam das origens deles. O maior erro de um prefeito ou prefeita é subestimar o parlamento”, afirmou. Ele reforçou que o Legislativo é o responsável por ditar os rumos da administração pública, destacando que é a Câmara que aprova o orçamento, as diretrizes orçamentárias e os planos de desenvolvimento da cidade.
“O Legislativo acordou. Hoje ele enxerga que é quem dá a palavra final. Não aceitamos mais a antiga cultura de ser um ‘puxadinho’ do Executivo”, declarou Vasconcelos.
Críticas à postura da prefeita
O presidente também abordou uma fala de Emília durante seu discurso de posse, considerada arrogante por alguns vereadores. “Quando ela diz ‘se vocês quiserem, me sigam’, isso soa como desrespeito. Emília, veja, cuidado. Não é do seu jeito, é do nosso jeito, do jeito do povo de Aracaju”, disparou Vasconcelos. Ele enfatizou que a política deve ser feita em parceria e que atitudes unilaterais não terão espaço na Câmara.
Diálogo ou ruptura
Ricardo Vasconcelos deixou claro que deseja o melhor para a administração e para a cidade, mas que qualquer tentativa de desconsiderar o Legislativo pode alterar a relação institucional. “Se for de forma republicana, com diálogo, tudo irá bem. Mas, se houver imposição ou falta de respeito, não tenha dúvida que os rumos poderão mudar”, alertou.
O presidente também destacou que a atual gestão da Câmara está comprometida em manter a política participativa e coletiva. “Eu gosto das coisas de mãos dadas, com todos dialogando. Essa política individualista não tem espaço aqui”, concluiu.
