Óleo da semente do maracujá pode ser usado em cosméticos e medicamentos

Redação, 20 de Fevereiro , 2024

Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Tiradentes (Unit) investiga a possibilidade de que o óleo da semente de maracujá possa ser extraído e utilizado na produção de medicamentos fitoterápicos, cosméticos e outros produtos naturais. Esse estudo é realizado no Núcleo de Estudos em Sistemas Coloidais (Nuesc), do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), e fez parte da iniciação científica da estudante Vitália Bispo dos Santos, do 9° período do Farmácia da Unit, com orientação do professor-doutor Elton Franceschi, dos programas de Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial (PBI) e Engenharia de Processos (PEP), e participação do pesquisador Fagne Alves dos Santos, aluno de doutorado do PBI. 

A extração do óleo é uma das formas de aproveitamento das sementes do maracujá, uma das frutas mais produzidas e consumidas no Brasil. Segundo estimativas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o país produz cerca de 700 mil toneladas por ano em uma área de 46 mil hectares, o que responde por aproximadamente 70% da produção mundial. A parte mais utilizada do fruto é a polpa, na produção de sucos e outras preparações caseiras, mas as sementes também são muito utilizadas na decoração de alimentos, na produção de farelo desengordurado e como insumo nas indústrias alimentícia e de cosméticos. 

“Este estudo possui um impacto positivo para a sociedade, uma vez que agrega valor a um subproduto da indústria do processamento de maracujá, através da obtenção de princípios ativos com alta atividade biológica que podem ser empregados no desenvolvimento de fitoterápicos, alimentos funcionais e cosméticos naturais, que podem ser utilizados pela sociedade de maneira geral promovendo a saúde e o bem estar das pessoas”, explica Vitália, acrescentando que esses cosméticos naturais e de alta performance são uma tendência na área atualmente. 

O objetivo do projeto é aprimorar as técnicas de extração do insumo, com uso de gases e fluidos pressurizados como solventes e a sua caracterização físico-química. “Esta tecnologia é considerada ‘verde’ (amiga do meio ambiente). O principal objetivo desta linha de pesquisa é obter óleos e extratos vegetais sem resíduos de solventes e concentrados em bioativos que possuem atividade biológica”, detalha a aluna, que participou do estudo com uma bolsa de iniciação científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Pibic/CNPq). 

Uma parte dos resultados da pesquisa em novembro do ano passado, na última edição da   na Semana de Pesquisa e Extensão da Unit (Sempesq 2023), mas alguns estudos e caracterizações complementares estão em andamento. A previsão é de que os resultados completos da pesquisa sejam publicados em breve, através de artigos científicos em revistas especializadas.

Óleos do café

Vitália também atua hoje em outra pesquisa voltada à extração de óleos e extratos vegetais com uso de solventes pressurizados, também realizada no Nuesc/ITP. Nela, a mesma tecnologia de extração é empregada na obtenção de compostos bioativos da película de café, um subproduto do processo de torrefação do café, e também busca aplicar esses compostos na formulação de um cosmético natural.


“Achei interessante o método de extração por fluidos pressurizados e pela possibilidade de utilizar esse óleo para aplicação cosmética. Esse ramo me atrai pela possibilidade de me aprofundar em uma das áreas que mais gosto no curso: tecnologia farmacêutica. Durante a execução do projeto, eu pude desenvolver e aprimorar várias habilidades, além de aprender na prática muitos conceitos e análises químicas vistos em sala de aula na graduação”, diz Vitália, que define a experiência da iniciação científica como uma experiência de crescimento intelectual. “Com certeza, a iniciação científica é um diferencial no currículo, e sair da universidade com essa vantagem é um privilégio”, conclui. 


Asscom Unit


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