Foto: Reprodução TV Globo

A luta entre Acelino Popó Freitas e Kleber Bambam, em 27 de novembro de 2023, durou apenas 36 segundos e foi considerada um fiasco por muitos espectadores. A rápida derrota de Bambam, após um nocaute técnico no primeiro round, gerou críticas e frustração nas redes sociais, com muitos questionando a validade do evento.

Apesar da decepção do público, a luta foi extremamente lucrativa para os dois lutadores:

Kleber Bambam, mesmo com a derrota, faturou cerca de R$ 1,5 milhão. Esse valor inclui o prêmio pela participação e o pagamento de seus patrocinadores, entre eles a Nike e o site OnlyFans. Em entrevista uma semana antes da luta, Bambam admitiu que já havia garantido uma bolsa três vezes maior do que o prêmio que ganhou ao vencer o Big Brother Brasil em 2002 (R$ 500 mil).
Acelino Popó Freitas, por sua vez, viu seu patrimônio crescer consideravelmente desde que passou a realizar lutas de exibição organizadas pelo Fight Music Show. Em 2020, quando se candidatou a vereador na Bahia, ele declarou possuir R$ 6 milhões. Estima-se que, após as lutas contra Whindersson Nunes, José Pelé Landy, Junior Dublê e Bambam, ele já tenha praticamente dobrado seu patrimônio.

A luta contra Whindersson Nunes, em janeiro de 2023, foi a que rendeu mais frutos para Popó:

Inicialmente, a luta seria realizada em dezembro de 2021 no exterior, com uma bolsa garantida de US$ 1 milhão para cada lutador.

No entanto, devido à falta de disponibilidade na agenda de Whindersson, a luta foi adiada para janeiro de 2023 e realizada em Santa Catarina, com cotas de patrocínio menores.

Apesar disso, especula-se que Popó tenha faturado cerca de R$ 2 milhões com o evento.

É importante ressaltar que, embora as lutas de exibição sejam lucrativas para os lutadores, elas também podem ser consideradas antiéticas por alguns.

Críticos argumentam que esses eventos exploram a nostalgia dos fãs do boxe e colocam em risco a saúde dos lutadores, que, muitas vezes, estão fora de forma ou sem experiência profissional.

No caso da luta entre Popó e Bambam, a diferença de peso e experiência entre os dois lutadores era evidente, o que contribuiu para a curta duração do combate.

Ainda é cedo para dizer se as lutas de exibição se tornarão uma tendência no boxe brasileiro.

O sucesso ou o fracasso desse tipo de evento dependerá da capacidade dos organizadores de oferecerem ao público um espetáculo de qualidade, com combates equilibrados e lutadores em boa forma física.

O público também precisa ser crítico e consciente de que, em alguns casos, as lutas de exibição podem ser mais um show de marketing do que um verdadeiro evento esportivo.

A luta entre Popó e Bambam, apesar de frustrante para o público, serve como um exemplo das contradições do boxe contemporâneo.

Por um lado, demonstra o potencial financeiro das lutas de exibição para os lutadores.

Por outro lado, levanta questões éticas sobre a exploração da nostalgia dos fãs e os riscos à saúde dos atletas.

O futuro do boxe dependerá da capacidade de encontrar um equilíbrio entre esses dois aspectos.

Exemplos de outros lutadores que participaram de lutas de exibição no Brasil:

Anderson Silva: O ex-campeão do UFC lutou contra o youtuber Jake Paul em outubro de 2021, em um evento que rendeu milhões de dólares para ambos os lutadores.

Vitor Belfort: Outro ex-lutador do UFC, Belfort enfrentou o youtuber Logan Paul em setembro de 2022, em um combate que também foi lucrativo para os dois participantes.

Embora as lutas de exibição sejam um fenômeno recente no Brasil, elas já geraram um grande debate sobre o futuro do boxe.

É importante que os fãs, os organizadores e os próprios lutadores reflitam sobre os prós e contras desse tipo de evento antes de tomar decisões sobre o futuro do esporte.

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