A cada mudança de estações, também mudam os alimentos que são mais cultivados e mais disponibilizados nas feiras e mercados. É a chamada sazonalidade, que muitos conhecem como “da época”. É quando determinadas frutas, verduras e legumes têm uma maior produção, com melhor qualidade e em condições mais favoráveis. Um exemplo disso é o que mais se encontra no mês de março em Sergipe. As verduras e legumes mais produzidos são a acelga, o repolho, a alface, a rúcula, a abóbora, a beterraba, o chuchu, o quiabo e o tomate. Já entre as frutas, destacam-se o abacate, a jaca, a banana, a laranja e a tangerina. São produtos que tendem a ter preços mais acessíveis nas feiras e nos mercados. 

Para a professora Bruna Nabuco Siqueira, do curso de Nutrição da Universidade Tiradentes (Unit), dois aspectos definem a sazonalidade como um grande benefício para a nossa alimentação e para a melhoria de sua qualidade. “Por um lado, a fruta sazonal é mais rica em nutrientes, uma vez que ela é cultivada em um ambiente com condições propícias, seus processos de crescimento e desenvolvimento são melhores. Por outro lado, são frutas com menor custo, logo mais acessíveis comparadas a outros alimentos”, explica. Neste sentido, muitas pessoas aproveitam estas características para planejar novas possibilidades de dietas ou balanceamento da alimentação. 

“Estes alimentos são essenciais, tanto no fornecimento de nutrientes essenciais para o nosso organismo, como também em trazer variedade alimentar, alegria e prazer. As frutas, legumes e verduras são fontes alimentares muito importantes de vitaminas, minerais e fibras. O não consumo desses nutrientes afeta todo o funcionamento do organismo, provocando fraquezas, tonturas, indisposição, entre outros sintomas”, orienta Bruna, definindo esse hábito como benéfico para o seu bolso e para a saúde. “Aproveitar ao máximo o consumo de frutas sazonais traz benefícios para o consumidor e toda a cadeia produtiva, evita também desperdícios e geração de resíduos”, acrescenta. 

Para além dos benefícios à saúde e ao bolso, as frutas e verduras de cada época também se firmam como elementos característicos da identidade cultural de cada região. A exemplo do hábito de comer milho ser associado no São João, ou mesmo o amendoim cozido ao hábito de ir às praias no verão. “Diria que a relação não só existe como é responsável por criar laços afetivos entre o indivíduo com o alimento. São alimentos sazonais que fazem parte de uma prática alimentar comum da região e se tornam um hábito alimentar que traz sensação de pertencimento e memórias afetivas para nós. Assim como o milho e o amendoim, muitos outros alimentos podem ser associados com outros hábitos culturais, a depender da região do estado”, diz a professora da Unit. 

Órgãos especializados como a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), e Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) costumam elaborar e divulgar tabelas de sazonalidade de frutas e verduras, nas quais oferecem um panorama geral sobre os produtos que estão mais disponíveis no mercado a cada mês, e que podem servir de parâmetro para produtores, feirantes e principalmente os consumidores. 

Asscom Unit

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