Especialista alerta sobre conscientização e cuidados preventivos com saúde auditiva

Redação, 01 de Março , 2024

De acordo com o Relatório Mundial sobre a audição lançado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no ano de 2021, cerca de 2,5 bilhões de pessoas em todo mundo terão algum grau de perda auditiva até 2050. Dessas, estima-se que 700 milhões vão precisar de acesso a cuidados auditivos e de reabilitação, caso não sejam tomadas medidas que possam modificar este contexto. Assim, o Dia Mundial da Audição, celebrado em 3 de março, é uma maneira de destacar a necessidade de atenção à saúde auditiva e de intensificar as ações que colaborem com a prevenção e tratamentos.

De acordo com o otorrino Lauro Abud, os problemas auditivos podem surgir em qualquer idade e, por isso, é preciso ter cuidados preventivos, além de estar atento a alguns sintomas que podem ajudar no tratamento precoce.

“Os sintomas mais comuns são a dificuldade auditiva e de se comunicar. Frequentemente, o início da perda audita na fase adulta pode estar atrelada apenas a um zumbido e/ou sensação de dificuldade de compreensão. Na infância, precisamos estar atentos em especial ao desenvolvimento de linguagem. Uma criança que não está desenvolvendo bem precisa suspeitar de perda auditiva”, explica Abud.

O especialista recomenda um acompanhamento periódico para que se trate possíveis problemas o mais precoce possível.

“É de grande importância a avaliação periódica com o otorrino, de preferência anualmente, para decidir se existe a necessidade ou não de fazer exames complementares. Muitas das alterações auditivas são assintomáticas”, alerta o médico.

Barreiras ao tratamento

O cuidado com a audição já começa no nascimento. É de extrema importância que o bebê seja avaliado pelo teste da orelhinha, também chamado de triagem auditiva neonatal. Esse exame é previsto por Lei Federal e deve ser ofertado de forma gratuita e obrigatória nos hospitais públicos para verificação da existência de algum problema auditivo em todos os recém-nascidos, sobretudo os que fazem parte do grupo de risco de problemas auditivos.

O otorrino Lauro Abud explica que muitas das perdas auditivas são decorrentes de processos infecciosos, otites, e uma das dificuldades está em relação ao acesso ao otorrino especialmente no SUS o que retarda diagnóstico e tratamento, tendo, muitas vezes, como consequência perda auditiva.

“O tratamento, por vezes, precisa de cirurgia e tratamento medicamentoso que é de difícil acesso. Um dos grandes problemas da saúde auditiva no Brasil é o acesso à medicina especializada”, explica o especialista.

Sentido essencial

A audição é um sentido essencial para uma boa qualidade de vida. Ela está diretamente ligada a diversas atividades do cotidiano, como conversar com amigos e ouvir música. Por isso, qualquer tipo de alteração auditiva interfere não somente na comunicação, mas também na forma como nos relacionamos com os outros e com mundo.

“É importante o paciente saber que a audição pode ser prejudicada em diversas atividades do dia a dia, como uso de fone de ouvido, som alto em festas e uso de medicações. Existem diversos fatores que podem causar a perda auditiva e o tratamento tardio é mais difícil. A conscientização é importante para que as pessoas busquem o tratamento ao perceberem sintomas. As pessoas precisam estar atentas porque acham que a perda auditiva só está presente quando se está surdo”, finaliza o otorrino Lauro Abud.


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