Mercado de gastronomia vai muito além de ser chef de cozinha

Redação, 01 de Abril , 2024

A gastronomia é um ramo que vem atraindo cada vez mais pessoas interessadas na arte de cozinhar, de criar e preparar pratos para agradar a pessoas e paladares. Muito desse fenômeno é resultante de programas, realities e canais temáticos de culinária da TV, que apresentam os chefs de cozinha como grandes estrelas. O que muitos ainda não sabem é que o ramo da culinária oferece um grande leque de possibilidades de seguir uma carreira, e em muitas delas, com demanda crescente de profissionais qualificados. 

Para além de ser um chef ou cozinheiro, o profissional com curso superior de Gastronomia pode assumir outras funções e utilizar outras habilidades necessárias até mesmo para o próprio cargo de chef. “O aluno de gastronomia vai entender que, para ele se tornar chef, ele precisa ter um espaço para chefiar, ser um gestor de alimentos e bebidas, dentre outros setores. Eles também podem trabalhar com consultoria, formulando ficha técnica, formulando cardápio…. Então, quando eles vêm fazer gastronomia, tem diversas opções para seguir da área, tem vários tipos de setores que a gente pode seguir depois que se for gastrólogo, não apenas ser chef de cozinha”, diz a professora Thais Trindade de Brito, do curso de graduação em Gastronomia da Universidade Tiradentes (Unit). 

Uma das funções que registram crescimento da demanda por profissionais formados na área é a de personal chef, que executa e elabora pratos para eventos, dietas ou planos particulares. Eles vêm sendo procurados por muitas pessoas que têm uma rotina corrida, sem tempo para preparar as refeições. “As pessoas querem fazer eventos, querem receber pessoas, ou até mesmo colocar o personal chef para distribuir seu plano alimentar. Lógico que a gente não consegue mensurar uma dieta, mas consegue desenvolver as receitas passadas por um nutricionista, ou até mesmo comidas específicas do dia a dia, uma culinária trivial de uma forma diferente”, destaca Thais.

Já a professora Isabelle de Andrade Brito, também da Unit, destaca que o turismo, a partir dos investimentos públicos e privados em Sergipe, é um dos setores econômicos que mais estão impulsionando o mercado de trabalho na gastronomia, através dos hoteis, bares e restaurantes. Isso também acaba motivando o aprimoramento da culinária regional, que valoriza os pratos e ingredientes da nossa terra, além de fomentar práticas de sustentabilidade na preparação dos alimentos.  

“Todo mundo que também tiver esse olhar para o regional consegue ter aí essa pegada com o turista. O aluno ou profissional de gastronomia está fazendo um regional mais elaborado: usa técnicas da gastronomia internacional utilizando ingredientes, os insumos locais e dando uma releitura. Para isso acontecer, precisa de técnica, porque você trocar um ingrediente de uma receita clássica usando ingrediente local nem sempre pode dar certo, então exige que tenha as habilidades do profissional e as técnicas adequadas”, exemplifica Isabelle. 

Nas áreas de consultoria e gestão, o gastrônomo pode oferecer consultoria técnica a restaurantes, hotéis, bares e outros setores correlatos, nos quais ele elabora desde o cardápio até listas de compras, além de otimização de fornecedores, cálculo correto dos preços, treinamento e gestão de pessoas. Os profissionais de gastronomia também podem atuar em eventos e também no marketing digital, assimilando técnicas de produção de fotos e de divulgação dos produtos gastronômicos nas redes sociais e em veículos de comunicação. Também se destacam áreas especializadas como confeitaria (doces e bolos), carnivoria (carnes e derivados) e culinária vegana (sem produtos de origem animal).  

E outra área em ascensão é a da gastronomia hospitalar, na qual os chefs são responsáveis por preparar e tornar mais atrativas as refeições servidas a pacientes em hospitais e unidades de saúde, principalmente da rede particular. “O leque está mais aberto para essas inovações, para essas outras carências, tem muita coisa que pode ser desenvolvida. E o curso de gastronomia trabalha todas essas disciplinas. O aluno não sai daqui especialista em uma delas, mas compreende, passa por toda essa visão e aí vai fazer uma especialização naquilo que ele se identifica mais”, resume Isabelle. 

Curso superior

A presença de um curso superior de graduação em Gastronomia, a exemplo do que é mantido há 13 anos pela Unit, em Aracaju. Considerado um dos melhores e mais bem-estruturados do Nordeste, ele tem uma média de 100 alunos formados por ano. Entre seus egressos, está a chef Andreza Machado, atual coordenadora de alimentos e bebidas do Del Mar Hotel, que se formou na turma de 2014. “O mercado é amplo e tem espaço pra todo mundo. Eu sempre trabalhei com a hotelaria, que hoje é um dos campos que mais trabalham, mas também é um dos mais rentáveis e, para quem quiser se aprofundar, ele precisa de profissionais muito bons”, pontua.

Dan Duarte, chef do restaurante Dona Divina e com 25 anos de carreira, considera que o cenário gastronômico local fica cada vez mais fortalecido e qualificado com a presença de um curso superior da área. “A gastronomia é real, importante e necessária. O curso, a profissionalização e tudo aquilo que eles aprendem dentro da faculdade é extremamente primordial para dar continuidade ao trabalho deles fora da faculdade. E ter um curso de gastronomia faz todo o diferencial, porque se você já chega com o conteúdo de técnicas, de conhecimento, de entendimento, já vem com o primeiro passo. O restante você adquire com a prática, a vivência e tem que jogar a cara para frente mesmo”, destaca. 


Asscom Unit


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