Embaixada da Hungria demite brasileiros após vazamento de vídeo de Bolsonaro

Portinally, 03 de Abril , 2024

Durante o feriado de Carnaval, o ex-presidente Jair Bolsonaro causou agitação ao passar duas noites na embaixada húngara no Brasil, coincidindo com a apreensão de seu passaporte pela Polícia Federal. O vídeo do circuito interno da embaixada, que vazou recentemente, mostrou Bolsonaro hospedado no local, o que resultou na demissão de funcionários brasileiros da embaixada, conforme confirmado pela Band nesta quarta-feira (3).

A divulgação dessas imagens ocorreu uma semana após o jornal norte-americano "The New York Times" revelar a estadia de Bolsonaro na embaixada húngara por dois dias. Especula-se que essa hospedagem possa ter sido uma estratégia para evitar uma eventual prisão, visto que, teoricamente, espaços diplomáticos estrangeiros são imunes à jurisdição do país anfitrião.

As imagens capturadas pelo circuito interno da embaixada mostram Bolsonaro chegando ao local no dia 12/02/2024, sendo recebido pelo embaixador húngaro e acompanhado por membros da equipe diplomática até o suposto quarto de hóspedes, onde são carregadas roupas de cama.

No entanto, a questão da imunidade diplomática não é tão simples quanto parece. Embora os tratados internacionais, como a Convenção de Viena, estabeleçam a inviolabilidade das embaixadas, estas ainda estão sujeitas às leis do país em que estão localizadas. Portanto, se um crime ocorrer dentro da embaixada, as autoridades locais têm jurisdição sobre o caso, como previsto pelo artigo 5º do Código Penal brasileiro.

Diante disso, especula-se sobre a possibilidade de Bolsonaro ter buscado refúgio na embaixada para evitar ações legais contra ele. No entanto, o ex-presidente confirmou sua estadia na embaixada da Hungria, justificando-a como uma oportunidade para manter contatos com autoridades do país amigo e atualizar cenários políticos bilaterais. Sua defesa enfatizou que qualquer interpretação além disso é fictícia e desvinculada da realidade dos fatos.

Enquanto isso, as demissões dos funcionários brasileiros da embaixada destacam as repercussões do vazamento das imagens e a sensibilidade política envolvida, especialmente em relação às relações diplomáticas entre Brasil e Hungria.

IMAGEM: Bolsonaro na embaixada da Hungria / Reprodução/NYT


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