A história do ex-técnico do Itabaiana e Confiança, que levou seu clube ao inédito título tailandês

Redação, 10 de Novembro , 2019 - Atualizado em 10 de Novembro, 2019

O Campeonato Tailandês, por motivos óbvios, não atrai muita atenção do público brasileiro. No entanto, o desfecho emocionante (e inesperado) desta temporada, ocorrido no último dia 26 de outubro, merece destaque.

Campeão em cinco das últimas seis edições da Thai League, o Buriram United era o grande favorito ao tricampeonato consecutivo. Frequente na Liga dos Campeões da Ásia, o clube possui um alto poder de investimento e se manteve no topo da tabela durante a maior parte do campeonato.

Ao longo do segundo turno, o Buriram liderou em 12 das 15 rodadas e chegou ao último compromisso com uma vantagem de dois pontos. Título certo? Não foi bem isso o que aconteceu. O Chiang Rai United se tornou a grande surpresa e, diante de uma épica reviravolta, terminou com a taça.

Sediado no extremo norte do país, o Chiang Rai nunca havia conquistado o título nacional. Fundado em 2009, o clube alcançou a primeira divisão em 2011, mas sempre fez campanhas medianas, sem passar do quarto lugar. Seu maior sucesso tinha acontecido nas copas, sobretudo pela “tríplice coroa” emendada em 2018 – com a FA Cup, a Copa da Liga e a Supercopa. Pois isso seria um prenúncio do que aconteceria nesta temporada, com um salto maior. Depois de um início um pouco oscilante, o Chiang Rai pegou embalo ao final do primeiro turno. Colocou-se entre as primeiras posições da Thai League e iniciou sua perseguição ao Buriram United, com direito à liderança esporádica e a uma goleada por 4 a 0 no confronto direto do segundo turno. A façanha, porém, acabaria mesmo restrita aos momentos finais.

Restando duas rodadas para o fim do Campeonato Tailandês, o Chiang Rai ocupava a terceira colocação na tabela. Ganhou uma posição em sua penúltima partida, ao vencer seu compromisso e ver o Port (outro vivo na briga até então) perder o seu jogo. Já na última rodada, a luta acabava restrita a Buriram e Chiang Rai. Enquanto os multicampeões tinham 57 pontos, os desafiantes somavam 55, mas com a vantagem no confronto direto. Seria justamente este o fator que definiria o campeão.

O Chiang Rai precisava vencer fora de casa o Suphanburi, ameaçado de rebaixamento. Os vice-líderes começaram perdendo, mas empataram antes do intervalo e transformaram a virada em goleada durante o segundo tempo. Com tentos de Bill (aquele) e William Henrique, os visitantes fizeram sua parte ao ganhar por 5 a 2. O problema do Chiang Rai era secar o Buriram. Mesmo fora de casa, os multicampeões pareciam não encarar grandes problemas: pegavam o Chiang Mai FC, lanterna da Thai League, sem mais chances de salvação. O gol do holandês Nacer Bazarite, no início do segundo tempo, encaminhava o tricampeonato.

Entretanto, o milagre aconteceu nos minutos finais da partida em Chiang Mai. Aos 42 do segundo tempo, o atacante brasileiro Caíque (emprestado pelo próprio Chiang Rai ao Chiang Mai) empatou o jogo contra o Buriram por 1 a 1. Neste momento, o resultado era suficiente aos azarões, com os dois times chegando aos 58 pontos, mas vantagem ao clube do extremo norte graças ao confronto direto.

O Chiang Rai precisava vencer fora de casa o Suphanburi, ameaçado de rebaixamento. Os vice-líderes começaram perdendo, mas empataram antes do intervalo e transformaram a virada em goleada durante o segundo tempo. Com tentos de Bill (aquele) e William Henrique, os visitantes fizeram sua parte ao ganhar por 5 a 2. O problema do Chiang Rai era secar o Buriram. Mesmo fora de casa, os multicampeões pareciam não encarar grandes problemas: pegavam o Chiang Mai FC, lanterna da Thai League, sem mais chances de salvação. O gol do holandês Nacer Bazarite, no início do segundo tempo, encaminhava o tricampeonato.

Entretanto, o milagre aconteceu nos minutos finais da partida em Chiang Mai. Aos 42 do segundo tempo, o atacante brasileiro Caíque (emprestado pelo próprio Chiang Rai ao Chiang Mai) empatou o jogo contra o Buriram por 1 a 1. Neste momento, o resultado era suficiente aos azarões, com os dois times chegando aos 58 pontos, mas vantagem ao clube do extremo norte graças ao confronto direto.


Ainda assim, a torcida do Chiang Rai United passaria por um teste cardíaco no tempo restante: por tirar a camisa durante a comemoração de seu gol, Caíque tomou o segundo amarelo e foi expulso. Desta maneira, o lanterna Chiang Mai FC precisaria segurar a igualdade contra o poderoso Buriram United, que tinha um jogador a mais. O destino, ao menos, ofereceria um final inédito ao futebol tailandês. Apesar de toda a pressão do Buriram e da chuva de bolas alçadas na área, o placar se manteve até o fim. O Chiang Rai celebrou o título histórico, agradecido pelo tropeço dos concorrentes.

A conquista do Chiang Rai United teve alguns personagens brasileiros. Os supracitados Bill e William Henrique foram essenciais no ataque. Os brasileiros anotaram juntos 25 gols, quase metade dos 53 somados pela equipe. Já na defesa, o zagueiro Brinner não se ausentou em uma partida sequer e foi peça vital ao sistema. Por fim, o comandante da campanha também é um brasileiro: o treinador Aílton Silva. Num clube que vinha apostando em técnicos do Brasil nos últimos anos, com menção principal a Alexandre Gama (que levou quatro títulos nas copas entre 2017 e 2018), Aílton conseguiu elevar o patamar e escrever o capítulo mais glorioso da história do time.

Aos 53 anos, Aílton Silva possui um currículo extenso pelo Brasil. Trabalhou em diversos clubes do estado de São Paulo – incluindo Portuguesa, Santo André, São Caetano, Ferroviária, Mogi Mirim, Juventus e São José. Além disso, também dirigiu equipes do Nordeste como Itabaiana/SE em estaduais e competições nacionais, com menção principal à sua passagem recente pelo Confiança, no qual ficou a uma vitória do acesso à Série B em 2017. Após trabalhar nas divisões de acesso do Campeonato Espanhol em 2007, Aílton ganhou uma nova oportunidade no exterior em 2019 e foi para a Tailândia no início do ano. Meses depois, escreveu definitivamente seu nome no futebol local. Entre os elogios da imprensa asiática ao comandante, está a maneira como aproveitou jovens e explorou a versatilidade de seus jogadores, assim como o repertório ofensivo.

Por: Trivela


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