O Tempo
Por Antônio Samarone
Comemoramos quarenta anos de formados. Envelhecemos sem perceber. Nesse tempo quase não nos encontramos, cada um seguiu o seu caminho, os seus sonhos.
O que me chamou a atenção foi que chegamos quase a um mesmo ponto. O sucesso ou insucesso de cada um durante a jornada, no final pesou pouco.
A condição humana é implacável. A velhice e a morte são universais.
Mesmo afastados, na essência, ninguém mudou muito. O caráter, a personalidade, os gestos, as falas e o humor não mudaram. Todos corresponderam a imagem que eu tinha de cada um em minha memória.
Colegas que eu não via há quarenta anos, continuam com o mesmo sorriso.
Só uma grande mudança: todos ficaram mais humildes. O tempo reforçou a fragilidade humana.
Somos a última geração de médicos humanistas, voltados aos pacientes. Pelo menos no discurso, nos fundamentos e na narrativa.
Alguns não compareceram, conforme o previsto. Se na época da formatura me fosse perguntado: quem daqui estará presente na comemoração dos quarenta anos de formado? Eu tinha acertado em noventa por cento.
Não mudamos quase nada!
A missão agora é poder participar da comemoração dos cinquenta anos de formados. Ou quem sabe, até dos sessenta...
Antônio Samarone.
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