Sala Rosa: IML disponibiliza espaço humanizado de acolhimento às mulheres vítimas de violência em SE
O local conta uma equipe preparada para a condução de cada caso desde a chegada da vítima, aos exames feitos na instituição
O Instituto Médico Legal (IML) dispõe de um espaço com ambientação acolhedora para o atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica e sexual, a Sala Rosa. Recentemente, uma novidade se somou ao espaço, o projeto de humanização e acolhimento no atendimento do IML. Uma equipe preparada e capacitada para receber as vítimas encaminhadas à instituição para exames de corpo de delito, atua, exclusivamente, na recepção e assistência delas. Em 2020, 568 mulheres foram atendidas na Sala Rosa, sendo 257 vítimas de violência sexual e 311 de violência doméstica.
No espaço, as mulheres são recebidas por duas profissionais, do sexo feminino, sendo uma recepcionista e outra psicopedagoga. Elas realizam o acolhimento da vítima vulnerável ainda na recepção e a encaminham para a Sala Rosa, onde as profissionais realizam o atendimento, utilizando técnicas adequadas para cada caso e, ao final, emitem um relatório, que é de grande valia para o perito.
O diretor do IML, Victor Barros, destacou que outro grande diferencial da Sala Rosa é que o local permite que as mulheres sejam atendidas com total privacidade, evitando, assim, o constrangimento de serem vistas por outras pessoas enquanto aguardam para fazer os exames de corpo de delito. “A Sala Rosa foi criada pensando nas vítimas de violência sexual e doméstica. É uma sala cuja cor transmite o sentimento de paz e de acolhimento. Nesse ambiente, realizamos a primeira abordagem dessas vítimas, o acolhimento delas”, ressaltou.
Ainda conforme Victor Barros, apenas as duas servidoras da Coordenadoria Geral de Perícias (Cogerp) - recepcionista e psicopedagoga - têm acesso à sala. “Temos duas profissionais que realizam essa abordagem, tentando passar e transmitir conforto, ganhando a confiança, o que vai favorecer bastante a realização do exame pericial, no primeiro momento e, depois, a procura pelo atendimento psicológico. É uma sala diferenciada e separada dos demais ambientes. Apenas as vítimas de violência sexual e doméstica permanecem nessa sala. O acesso é vedado a qualquer outra pessoa”, detalhou.
Victor Barros salientou também que as vítimas de violência passaram a se sentir ainda mais acolhidas na instituição e a incidência de rejeição ao exame comprobatório dos crimes praticados contra elas teve redução. “Sabemos que, quando essa vítima chega ao IML, ela está bastante abalada e tentamos abordá-la, nesse primeiro momento, fazendo com que ela tenha, principalmente, confiança, porque pelo Código de Processo Penal, não podemos forçá-la a um exame que não queira. Antes as vítimas se recusavam a realizá-lo, mas depois que instituímos esse acolhimento a taxa de rejeição caiu bastante”, realçou.
Acolhimento
A servidora do IML e psicóloga, que também atua no acolhimento das vítimas na Sala Rosa, Andreia Novais, reforçou que o atendimento especializado visa trazer confiança às vítimas de violência desde a chegada na instituição até a realização dos exames periciais. “No momento que a vítima adentra ao IML, encaminhamos, após a coleta de documentos, à Sala Rosa, propiciando a preservação da identidade e do sigilo que o caso requer. Elas aguardam até a realização do exame e, durante esse momento, fazemos a escuta dessas vítimas, colhemos o relato”, explicou.
O trabalho do diálogo junto às vítimas é essencial para o acolhimento delas no andamento dos exames e identificação da presença de sinais de violência física, psicológica e sexual. “Aqui a mulher se sente mais à vontade e tentamos estabelecer um vínculo de confiança. Em poucos minutos, tentamos estabelecer esse vínculo e explicamos sobre a realização do exame de corpo de delito e sexológico. As vítimas chegam aqui com traumas físicos e psicológicos. Elas chegam muito abaladas e tentamos tranquilizá-las, fazendo com que vençam a barreira do medo”, assinalou Andreia Novais.
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