Enquanto bitcoin realiza seu futuro, é preciso saber se ele escolherá “conviver” com moedas tradicionais

Redação, 12 de Março , 2021 - Atualizado em 12 de Março, 2021

Como muitas vezes se diz em meios econômicos, “tempos de crise são também tempos de grandes oportunidades”. As adversidades trazidas pelos “downturns” financeiros e econômicos que fazem parte do ciclo do nosso sistema acabam assim servindo como uma maneira de renovar mercados, trazendo à luz novas empresas, novas práticas, novos produtos e novas soluções para indústrias e até para a sociedade.

É algo que pode ser visto atualmente a partir do sucesso de criptomoedas como o bitcoin, que tem visto se intensificar seu fluxo de negociações nos mercados financeiros. Essa intensificação se dá graças tanto ao processo de compra e venda de bitcoins em si, quanto também pelos famigerados CFDs — ou contratos futuros — como os oferecidos por corretoras como a AvaTrade, que garantem a compra e venda destas moedas digitais a preços pré-definidos, servindo tanto para especulação quanto para proteção de investimento. 

A criptomoeda mais famosa do mundo tem também expandido fronteiras em termos de aceitação, com mais e mais empresas aceitando o bitcoin e suas contrapartes menos famosas como meio de pagamento – principalmente no ambiente digital.

Ao mesmo tempo, vê-se moedas que se encontram na “periferia” das fortalezas que são o dólar, o euro e a libra ficando cada vez mais fracas. O real brasileiro tem sofrido com grandes desvalorizações desde o ano passado, e isso pode levar ao questionamento de sua função no longo prazo, principalmente como moeda física, no “backdrop” de moedas digitais mais fortes e mais seguras – ainda que voláteis.

No fim do 2020, o bitcoin ultrapassou a marca de 20 mil dólares pela primeira vez na história. Desde então o recorde foi quase triplicado graças a maior liquidez no seu mercado, graças à introdução de novos agentes/investidores demandando criptomoedas. Esse incremento em liquidez e em demanda vem no conjunto do aumento na confiabilidade da moeda como meio de pagamento, após anos de “preconceito” por parte do mercado quanto ao potencial do bitcoin e das criptomoedas em si de executarem tal função nas economias mais modernas do mundo.

Com isso, as discussões sobre o futuro do bitcoin ficam cada vez mais fáceis de serem concluídas. Os questionamentos não mais envolvem especulações sobre se o bitcoin conseguirá ou não completar sua transição de reserva de valor para meio de troca, uma vez que os avanços neste último tem sido claros para o mercado nos últimos meses. A dúvida agora é se terá lugar para o bitcoin em economias desenvolvidas e em economias em desenvolvimento, e a recepção dos “policymakers” nestes países à uma moeda que poderá ser “concorrente” do real no Brasil, do dólar nos Estados Unidos etc.

Para tanto, existem movimentos tanto de resistência à introdução de criptomoedas no meio econômico de alguns países como o incremento em regulações que delimitam seu uso como ativo financeiro e/ou meio de troca. Estas regulações são até bem vistas por investidores que tem altos investimentos em criptomoedas, por verem o lado positivo de uma maior abertura ao uso de bitcoins entre a população em geral – mesmo que isso gere perdas nos mercados de ativos para estas companhias.

Além da resistência à entrada do bitcoin em economias e as regulações para gerir as criptomoedas em geral, existem também as respostas de bancos centrais que veem o meio digital como a próxima “fronteira” que o mundo monetário precisa desbravar. No Brasil o desenvolvimento mais marcante dos últimos tempos é o Pix, sistema de pagamento eletrônico instantâneo que em 3 meses de funcionamento movimentou 150 bilhões de reais em 2020.

E enquanto o Brasil talvez precise se preocupar com o real enfraquecido frente a moedas como dólar, euro e o próprio bitcoin, este não é necessariamente o caso de economias mais desenvolvidas. A libra esterlina continua em plena ascensão desde o fim do ano passado, enquanto que dólar, euro e o yen japonês tem mantido suas respectivas forças.

Em um cenário de taxas de juro básicas baixíssimas tanto nestas economias mais ricas quanto em países como o Brasil, existe um grande incentivo para que o uso das moedas destes países seja incrementado pelo crédito privado e até pelo crédito público, com governos tomando empréstimos para financiar seus gastos e investimentos. Logo, ainda existe muito lugar para a moeda tradicional na economia mundial, o que pode significar que é melhor o bitcoin adotar uma postura de “convívio” com estas moedas do que de combate direto com as mesmas.


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