Enquanto bitcoin realiza seu futuro, é preciso saber se ele escolherá “conviver” com moedas tradicionais
Como muitas vezes se diz em meios econômicos, “tempos de crise são também tempos de grandes oportunidades”. As adversidades trazidas pelos “downturns” financeiros e econômicos que fazem parte do ciclo do nosso sistema acabam assim servindo como uma maneira de renovar mercados, trazendo à luz novas empresas, novas práticas, novos produtos e novas soluções para indústrias e até para a sociedade.
É algo que pode ser visto atualmente a partir do sucesso de criptomoedas como o bitcoin, que tem visto se intensificar seu fluxo de negociações nos mercados financeiros. Essa intensificação se dá graças tanto ao processo de compra e venda de bitcoins em si, quanto também pelos famigerados CFDs — ou contratos futuros — como os oferecidos por corretoras como a AvaTrade, que garantem a compra e venda destas moedas digitais a preços pré-definidos, servindo tanto para especulação quanto para proteção de investimento.
A criptomoeda mais famosa do mundo tem também expandido fronteiras em termos de aceitação, com mais e mais empresas aceitando o bitcoin e suas contrapartes menos famosas como meio de pagamento – principalmente no ambiente digital.
Ao mesmo tempo, vê-se moedas que se encontram na “periferia” das fortalezas que são o dólar, o euro e a libra ficando cada vez mais fracas. O real brasileiro tem sofrido com grandes desvalorizações desde o ano passado, e isso pode levar ao questionamento de sua função no longo prazo, principalmente como moeda física, no “backdrop” de moedas digitais mais fortes e mais seguras – ainda que voláteis.
No fim do 2020, o bitcoin ultrapassou a marca de 20 mil dólares pela primeira vez na história. Desde então o recorde foi quase triplicado graças a maior liquidez no seu mercado, graças à introdução de novos agentes/investidores demandando criptomoedas. Esse incremento em liquidez e em demanda vem no conjunto do aumento na confiabilidade da moeda como meio de pagamento, após anos de “preconceito” por parte do mercado quanto ao potencial do bitcoin e das criptomoedas em si de executarem tal função nas economias mais modernas do mundo.
Com isso, as discussões sobre o futuro do bitcoin ficam cada vez mais fáceis de serem concluídas. Os questionamentos não mais envolvem especulações sobre se o bitcoin conseguirá ou não completar sua transição de reserva de valor para meio de troca, uma vez que os avanços neste último tem sido claros para o mercado nos últimos meses. A dúvida agora é se terá lugar para o bitcoin em economias desenvolvidas e em economias em desenvolvimento, e a recepção dos “policymakers” nestes países à uma moeda que poderá ser “concorrente” do real no Brasil, do dólar nos Estados Unidos etc.
Para tanto, existem movimentos tanto de resistência à introdução de criptomoedas no meio econômico de alguns países como o incremento em regulações que delimitam seu uso como ativo financeiro e/ou meio de troca. Estas regulações são até bem vistas por investidores que tem altos investimentos em criptomoedas, por verem o lado positivo de uma maior abertura ao uso de bitcoins entre a população em geral – mesmo que isso gere perdas nos mercados de ativos para estas companhias.
Além da resistência à entrada do bitcoin em economias e as regulações para gerir as criptomoedas em geral, existem também as respostas de bancos centrais que veem o meio digital como a próxima “fronteira” que o mundo monetário precisa desbravar. No Brasil o desenvolvimento mais marcante dos últimos tempos é o Pix, sistema de pagamento eletrônico instantâneo que em 3 meses de funcionamento movimentou 150 bilhões de reais em 2020.
E enquanto o Brasil talvez precise se preocupar com o real enfraquecido frente a moedas como dólar, euro e o próprio bitcoin, este não é necessariamente o caso de economias mais desenvolvidas. A libra esterlina continua em plena ascensão desde o fim do ano passado, enquanto que dólar, euro e o yen japonês tem mantido suas respectivas forças.
Em um cenário de taxas de juro básicas baixíssimas tanto nestas economias mais ricas quanto em países como o Brasil, existe um grande incentivo para que o uso das moedas destes países seja incrementado pelo crédito privado e até pelo crédito público, com governos tomando empréstimos para financiar seus gastos e investimentos. Logo, ainda existe muito lugar para a moeda tradicional na economia mundial, o que pode significar que é melhor o bitcoin adotar uma postura de “convívio” com estas moedas do que de combate direto com as mesmas.
Siga os canais do Portal 93 Notícias: YouTube, Instagram, Facebook, Threads e TikTok
Participe da comunidade da 93 Notícias no Whatsapp e receba as principais notícias do dia direto no seu celular. Clique aqui e se inscreva.
As Mais Lidas
- Caminhoneiro de Campo do Brito sofre grave acidente em Minas Gerais
- Suspeito de agredir a própria mãe é preso no interior de Sergipe
- POLÊMICA: Blogueira tem celular roubado em São Paulo e rastreador acusou que aparelho está em loja de Aracaju
- Gente Sergipana – Fio de Deus. (por Antonio Samarone)
- Homem suspeito de crime brutal morto em presídio de Areia Branca