Ministro se contradiz na CPI, defende princípios médicos, mas admite seguir ordens de Bolsonaro

Redação, 06 de Maio , 2021


Foto Edilson Rodrigues - Agência Senado

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, caiu em contradição sobre sua política de enfrentamento à pandemia, ao ser questionado pelo senador Alessandro Vieira (SE), líder do Cidadania, se seguiria seus princípios como médico ou as ordens do presidente Jair Bolsonaro. Durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quinta-feira (06), Queiroga defendeu uma política de combate à pandemia oposta à do presidente - com vacinação em massa, o uso de medidas não farmacológicas e apoio a estados e municípios com insumos -, mas reafirmou que seguirá a "política do governo federal".

"Vivemos num regime presidencialista. A política é a do governo federal e eu sou ministro. Não existe ministro da Saúde dissociado do Presidência da República", afirmou. O senador lembrou que no dia 16 de março, ao ser apresentado como novo ministro, ao lado do general Eduardo Pazuello, Queiroga afirmou que a pasta executaria a política definida pelo governo do presidente Jair Bolsonaro e que iria dar continuidade ao trabalho do antecessor.

O Brasil, então, ultrapassava 282 mil óbitos. Agora, 45 dias depois de assumir o ministério, o país se aproxima de 415 mil mortos.

"O sr relata um mundo ideal que não corresponde à realidade da política do governo. Em particular do presidente da República", afirmou Alessandro Vieira. "Qual é a política que o sr. vai implantar: do médico Queiroga ou do presidente Bolsonaro", insistiu. "Se o presidente da República pensar de forma diversa, é o presidente da República. (...) Estou trabalhando no Ministério da Saúde, fui nomeado pelo presidente e estou trabalhando conforme as orientações técnicas", disse, sem admitir a evidente contradição. "Esse governo não cumpre aquilo que a ciência e o sr verbalizam. Cumpre aquilo que o presidente verbaliza do cercadinho (área delimitada à imprensa), nas lives, nas conversas para animador de torcida", apontou o senador.

Queiroga insistiu que o país tem uma política nacional de testagem, embora não tenha conseguido descrevê-la, além da mera distribuição de testes de Covid para estados. Mas admitiu que essa política de testagem passaria por "alterações", buscando testes "mais modernos e rápidos". Alessandro Vieira insistiu que procedimentos não convencionais, com o uso de recursos públicos, foram inseridos no Sistema Único de Saúde. O ministro negou e disse que não aceitaria isso. Confrontando com os gastos em cloroquina, medicamento inútil no combate à Covid, disse que um parecer a ser elaborado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) "pacificaria" divergências sobre o uso do medicamento para tratamento precoce.

O senador disse que já havia estudos técnicos, de alta qualidade e aceitos mundialmente, que recusam a utilização desse medicamento. "Dois de seus antecessores esbarraram num muro de incompetência e ignorância", disse o senador, referindo-se a Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Alessandro Vieira pediu que o ministro, se bater no mesmo muro, repita Mandetta e Teich.

Fonte: Assessoria de Imprensa


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