Ser mãe é amor, acolhimento, postura, atitude e uma escolha

Redação, 08 de Maio , 2021


Foto: César de Oliveira

Mãe é a declaração de amor que Deus faz aos filhos. Por todos os lados,  em todos os cantos,  no meio da noite, na dor, no choro, nas alegrias... É só olhar com atenção para encontrar uma mãe disposta ao acolhimento,  ao carinho,  ao amor.

Mãe sempre está no lugar certo. E algumas fazem questão de marcar sua presença com irreverência,  com devoção,  com alegria.

Um exemplar desta figura adorável  deve estar na sua casa: a dona Maria, a dona Lúcia, a dona Tereza. 

A dona Tereza se anuncia de longe, seja pelo timbre de voz alto ou pela camisa do Confiança, com andar inconfundível ou até mesmo por sua inquietude. É a Tereza Maria de Andrade, 61, uma figura conhecida e adorada por todos aqueles que frequentam rotineiramente - ou não - a Câmara Municipal de Aracaju. Aliás, foi a inquietude que lhe rendeu um apelido curioso, carinhoso aos que convivem e diferente para os que chegam: “Perereca” faz parte da história da Câmara e conta, através de sua enorme experiência, sua trajetória  no parlamento municipal.

A sua alegria sempre foi visível e chama a atenção dos recéns  chegados à Câmara de Aracaju na década de 80.

Na década de 80, ao retornar ao Poder Legislativo, Jackson Barreto,  vereador à época, foi o autor do famoso apelido “Perereca”. “Quando retornei à Câmara em 1988, encontrei Tereza cheia de vida e alegre, muito apaixonada pelo Confiança, seu time do coração. Ela conversava com todos gesticulando muito e saltava de um lado para o outro, foi que um dia disse que ela parecia uma perereca e esse nome pegou até hoje”, revelou o político que na época exercia seu segundo mandato como vereador na Câmara Municipal de Aracaju.

Servidora há 42 anos, Perereca explica sua chegada. “Eu cheguei na Câmara no ano de 1979, como datilógrafa e fui trabalhar no setor de atas. Minha chefe, Dona Melita, me treinou para que eu pudesse trabalhar no Plenário, pois ela me achava bastante comunicativa. Em 83 teve o concurso e passei a ser servidora da Casa”.

Perereca também acompanhou a expansão da Casa Legislativa. “Quando eu iniciei na Câmara, o prédio era na Estação Rodoviária, vizinho a uma panificação e ao prédio da Polícia Federal, à época. Era um prédio bem pequeno, com Plenário bem pequeno, poucos vereadores. Os trabalhos eram gravados com fita cassete, cada um tinha seu gravador, tanto as taquígrafas, quanto o setor que registrava as atas. Depois do concurso, eu virei assistente de debates e já estávamos no prédio que hoje abriga o Poder Legislativo”.

Tantos anos de serviço público fizeram com que Perereca convivesse com pessoas que se tornaram grandes personalidades políticas no Estado. “Eu vi vereadores que passaram pela Casa e hoje são deputados federais, também trabalhei com o atual prefeito Edvaldo Nogueira, que era vereador na época. A maioria dos políticos inicia como vereador e eu pude participar desses momentos. Posse de prefeito eu participei de várias como Marcelo Déda e tem coisas que eu sei de cabeça até hoje”.

Mãe de dois filhos, Fernando e Felipe, esposa de Salvador, Tereza é a demonstração de que o trabalho também pode ser uma extensão do lar e da maternidade. Em 2017, início da gestão do presidente Nitinho (PSD), Perereca começou, timidamente, a acolher os novos servidores da casa, a maioria entre os 20 e 30 anos, e o resultado não poderia ser diferente, hoje ela conta com aproximadamente 25 “filhos do coração”.

“Muitos funcionários da Casa se aposentaram e com a gestão de Nitinho teve que repor com novos funcionários, pois o planejamento do concurso ainda estava para acontecer. E aí esses jovens criaram muita afinidade comigo, pois eles ficavam com medo de errar e sempre tiravam dúvidas comigo: “a senhora pode dizer se tá certo? Porque eu estou nervoso!.  Até que um dia um deles disse que eu era a mãe de todos e a partir daí todos começaram a me chamar de mamãe. E isso foi criando uma família com essas pessoas que me tem um carinho enorme, que aceitam receber bronca, conselho e estou sempre pronta para ajudar a eles. E desde que fui acolhida por esses jovens, estou vivendo um dos melhores momentos em tantos anos de serviço público”.

A atitude de Perereca demonstra a importância de se perpetuar o conhecimento e criar laços ao mesmo tempo. “Quando a gente ouve a palavra mãe, a gente pensa em ensinamento, direcionamento, ajuda, afeto e tudo começou assim, com uma ajuda no serviço, uma dúvida no trabalho e dessa maneira foi criando um laço de afeto, de amor e tornou-se essa relação de mãe e filho. Ser mãe é muito mais do que gerar um filho, ser mãe é abrir seu coração para amar outro ser e eu tenho certeza que ela ama cada um de nós como filhos de verdade. Esse para mim é o maior exemplo de mãe que pode existir, ela percebe quando estamos quietos e a gente se abre, ela briga, aconselha, apoia, ela é realmente uma mãe”, disse Joyce Caroline, funcionária da Câmara e uma das “filhas do coração”.

O presidente da Câmara e vereador mais antigo na atual legislatura, Nitinho Vitale (PSD), lembrou que falar de Perereca é falar de alegria. “Falar de Perereca é falar de alegria. Uma pessoa comprometida com o trabalho, que motiva a todos e espalha alegria por onde passa. Conheço Tereza há mais de 20 anos e sempre foi do mesmo jeito, acolhe os novatos e apoia os veteranos. Pessoas de coração grande e alma bela. É estranho este momento de trabalho remoto e não ouvir a voz dela no Plenário”, relembrou.

Mais do que uma servidora antiga da Casa, Perereca é a representação dos laços que se criam dentro do ambiente de trabalho.

Fonte: Leilane Coelho, Ascom CMA


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