O QUE SERIA DE SERGIPE SEM AS OBRAS DE JOÃO ALVES?
Por Carlos Batalha
A pergunta acima deve ser feita todos os dias quando se comenta sobre realizações de obras públicas em nosso estado e especialmente em Aracaju.
Os mais jovens, aqueles que estão na faixa de 20 ou até de 30 anos, não imaginam o que era Aracaju nos anos 70, e o que ela se tornou após metade daquela década.
Não cometo nenhum pecado em reafirmar e reforçar o que disse em entrevista na FM Jornal nesta sexta-feira o ex-deputado José Carlos Machado. O presidente democrata afirmou que antes de João Alves, Aracaju era uma província.
Neste sábado completando 80 anos, tendo deixado este mundo ao final do ano passado, João Alves deixou um legado de obras onde é impossível se cruzar a cidade de norte a sul sem passar por várias delas. Da mesma forma, não existe um só município do estado que não possua obras importantes do ex-governador.
Tentaremos aqui neste espaço que a Folha de Sergipe nos concede, fazer o resumo dos resumos de suas obras, tal o volume e importância das mesmas para o estado de Sergipe e para todos os sergipanos.
O COMEÇO
Convidado a assumir a Prefeitura de Aracaju em 1975, convite feito pelo então Governador José Rollemberg Leite, João Alves a princípio relutou. Após consultar o pai, ouvindo o conselho de que não recusasse a missão de trabalhar pelo povo sergipano, lá foi o jovem engenheiro assumir uma missão que Deus colocou em suas mãos.
Montando uma equipe jovem, dinâmica e trabalhadora, o aniversariante deste sábado arregaçou as mangas e em pouco tempo transformou a imagem da cidade, e a vida dos aracajuanos. João Alves transformou a vida dos aracajuanos a partir de 1975 porque ao montar na cidade um verdadeiro canteiro de obras, ele criou oportunidades para centenas e centenas de empregos, além do surgimento de várias novas empresas, em especial no ramo da construção civil.
AS GRANDES AVENIDAS
Imaginem os leitores o que seria de Aracaju nos tempos de hoje, sem as grandes avenidas que cortam a cidade. Se temos em determinados momentos um trânsito caótico, pensem o que seria de nossa capital sem algumas das avenidas construídas por João, podemos citar daqui algumas delas.
AVENIDA COELHO E CAMPOS
Para a sua construção, João Alves teve que enfrentar até mesmo a reação contrária do governo federal que não queria permitir a retirada dos trilhos que ligavam a antiga Estação Ferroviária na Praça dos Expedicionários ao ercado Municipal. Segundo Machado, o então prefeito mandou passar por cima das proibições e começar a obra.
A avenida acompanhou em duas pistas exatamente esse trajeto que era feito pelos trens, e desafogou todo o trânsito de entrada e saída da cidade que era feito única e exclusivamente pela rua Laranjeiras.
AVENIDAS MARANHÃO E AIRTON TELES
Logo após a inauguração da Coelho Campos, o então prefeito João Alves vendo que o movimento ali seria intenso, resolveu construir duas outras avenidas paralelas. A Avenida Airton Teles nasceu do lado direito do mercado, cruzou a João Ribeiro e a GENTIL TAVARES (também construída por João), e a partir daí ganha o nome de Avenida Maranhão, sendo que deixa a estação da leste para trás, indo até o cruzamento com a Euclides Figueiredo proporcionando outro acesso de entrada e saída da cidade.
OUTRAS AVENIDAS
Além das quatro avenidas citadas acima, outras de suma importância foram construídas por João.
Avenidas Desembargador Maynard, Edézio Vieira de Melo, 24 de outubro, Delmiro Gouveia, continuidade da Hermes Fontes, Rodovia Sarney, Rodovia Airton Senna ligando a praia do Saco e a estrada ligando Itabaiana a Canindé, hoje chamada Rota do Sertão. Essas três últimas enquanto governador.
ESCOLAS
João Alves Filho construiu três dos principais colégios de nossa capital além de dezenas de escolas do interior do estado.
Aqui em Aracaju foram construídos por ele o Dom Luciano, João Alves Filho e Governador Valadares.
A educação sempre foi prioridade dele enquanto gestor, quer no comando do governo municipal ou do estadual.
70% DE DRENAGEM DA CAPITAL
Drenagem Rua Itabaianinha
Aracaju sofria dois grandes problemas de enchentes diante de qualquer chuva. João Alves então ordenou fazer dois serviços que normalmente os gestores não gostam de executar, porque causam transtornos quando estão sendo realizados e ficam esquecidos quando concluídos.
Serviços de drenagem foram executados na Rua Santa Catarina no Siqueira Campos e nas Ruas Itabaiana e Itabaianinha, acabando com as enchentes. Aliás, João Alves realizou nada mais nada menos do que 70% dos serviços de drenagem em nossa capital.
SAÚDE
Além de construir dezenas de postos de saúde e 3 hospitais regionais no interior do estado, João Alves Filho enquanto governador construiu o hospital que leva o seu nome, até hoje referência no estado, e atendendo ainda pacientes de Alagoas, Bahia e Pernambuco, além da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes também em nossa capital.
O projeto PRÓ-MULHER, PRÓ FAMÍLIA, tocado de forma brilhante pela sua esposa, senadora Maria do Carmo, foi outro grande tento do Negão, sendo reconhecido e premiado internacionalmente.
CULTURA E FOLCLORE
João Alves Filho sempre foi um incentivador da cultura e do folclore.
Construiu o Centro de Criatividade, o Quadrilhodromo da Rua de São João.
Foram dele também os Forródromos de Estância e Areia Branca.
Incentivo a artistas e entidades a exemplo da Quadrilha Chapéu de Couro campeã brasileira.
Incentivou e apoiou integralmente com a logística necessária o Pré-Caju.
Criou a Vila do Forró na Praça de Eventos da Atalaia.
ESPORTE E LAZER
Ninguém incentivou mais o esporte e criou espaços para o esporte e lazer do que João.
Vamos elencar daqui apenas alguns dos seus benefícios para as duas áreas.
Construiu o Parque da Cidade com zoológico, área para esporte, teleférico etc.
Concluiu o CIC e o Teatro Tobias Barreto.
Orla de Atalaia, qualificada pelo tenista olímpico Fernando Meligeni, como o maior complexo público esportivo ao ar livre da América Latina.
Orla de Atalaia. O maior complexo de lazer do país
Construiu e reformou várias praças esportivas na capital e interior.
Criou o Gol da Sorte que durante vários anos foi a redenção do futebol sergipano, programa copiado por vários estados brasileiros, provocando inclusive a vinda a Sergipe da então governadora do Rio de Janeiro Rosinha Garotinho, para conhecer o projeto.
Apoio e patrocínio para todas as modalidades esportivas em disputa no estado.
Construção de Campos de Pelada com toda estrutura de gramado, vestiários e arquibancadas.
CASAS E CONJUNTOS HABITACIONAIS
Enquanto governador João Alves Filho construiu casa e núcleos habitacionais, destacando-se os conjuntos Orlando Dantas aqui em Aracaju, e o João Alves na cidade de Socorro.
Nesta área destaca-se o programa de Casa de Taipa, também tocado de forma excepcional por D.Maria, sua esposa e leal companheira por todos os seus mandatos e vidas pública e privada.
UMA CIDADE E UM BAIRRO
Poucos em Sergipe sabem que João Alves criou um bairro inteiro e também uma cidade.
O bairro foi a Coroa do Meio, construída a partir da sua ponte ligando-a a Avenida Beira Mar, e dotado de toda infraestrutura.
E a cidade foi Canindé, construída integralmente na parte alta da região para possibilitar que a velha Canindé, localizada na parte baixa fosse inundada na abertura das comportas da hidro elétrica de Xingó, inaugurada em 1991, no seu segundo governo, com a presença do então presidente da república, Fernando Collor.
PONTES
Finalizando o nosso resumo porque poderíamos ocupar muito mais espaço da Folha de Sergipe, ninguém construiu ou concluiu mais pontes em Sergipe do que João Alves.
Claro e óbvio que o cartão de visitas em termos de pontes de João, é sem dúvida nenhuma a Ponte Aracaju/Barra, que leva com inteira justiça ao nome do seu pai, Construtor João Alves. A sua construção lhe custou um outro mandato para governador, mas isto é assunto para um outro artigo.
Ponte da Coroa do Meio
Conclusão das duas pontes que ligam Aracaju a Socorro.
Início da construção da ponte do Mosqueiro ao Saco, não concluída porque perdeu o governo.
Projeto inteiramente pronto da ponte Saco/Indiaroba, além de dezenas de pontes em rodovias estaduais ou vicinais espalhadas por todo o estado.
Desta maneira procuramos daqui deste nosso artigo prestar uma pequena homenagem ao maior tocador de obras do estado de Sergipe.
Concluímos com a mesma pergunta da manchete e com um acréscimo. A nossa capital.
O QUE SERIAM DE ARACAJU E DE SERGIPE SEM AS OBRAS DE JOÃO ALVES?
Foto: Carlos Batalha
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