Quase Memória! (por Antonio Samarone)

Redação, 11 de Setembro , 2021

O futebol de salão em Itabaiana começou a ser praticado no final da década de 1950, na pedra da feira, no Largo Santo Antonio.

Início da década 1960, o Padre Everaldo (Bode Cheiroso), construiu uma quadra de areia, ao lado da Igreja. A quadra da Escola do Padre era iluminada. O futebol de salão atraia grande público. Não existia televisão, nem para onde ir, nas noites itabaianenses.

A primeira quadra cimentada, dentro das demissões previstas na regra, foi construída depois, no terreno do Ginásio Murilo Braga.
O futebol de salão era conhecido como o “esporte caçula” ou da “bola pesada”.

O templo esportivo (uma quadra de cimento), recebeu o pomposo nome de Estádio Antonio Bispo de Souza, em homenagem ao seu benemérito. A quadra foi construída com a doação de 200 mil cruzeiros, pelo homenageado.

Seu Antonio Bispo de Souza bancou sozinho a construção do “Estádio”, duzentos contos era muito dinheiro, o preço de um caminhão seminovo.

A inauguração ocorreu em 15 de novembro de 1964, com a realização de um sensacional quadrangular, entre a seleção do Murilo Braga e três equipes de Aracaju.

A luta para a construção da quadra foi coordenada pelos estudantes José Antonio Macedo e Juarez Lima de Oliveira.

Nesta quadra, ocorriam as aulas de educação física, com o Professor Labodi. Um craque de futebol, conhecido na Bahia como o “Canhão da Graça”. Foi com Labodi que aprendi a chutar rasante e de primeira, quase uma “folha seca”, no estilo Didi.

Claro, pura gabolice.

Na nova quadra, praticava-se também um voleibol de qualidade.

Sei que os curiosos, em especial os de Itabaiana, estão perguntando: quem foi esse generoso e desconhecido Antonio Bispo Souza, que construiu uma quadra pública, com recursos próprios, sem ser político?

Quem pensou em Durval do Açúcar, acertou. Isso mesmo, Durval do Açúcar era o apelido de Antonio Bispo de Souza. Um rico mão aberta, que ajudava todo mundo.

Nos dias de clássico no velho Etelvino Mendonça, a molecada do Beco Novo fazia festa quando avistava seu Durval. Ele pagava o ingresso de quem precisasse. Sem limites, seu Durval dizia ao porteiro: seu trabalho é contar quantos.

Na quaresma, seu Durval dava o peixe e o coco, para o ensopado dos pobres. A sua porta amanhecia lotada de gente. Certa feita um puxa-saco cochichou no ouvido do seu Durval: “Fulana de Tal” está na fila e não precisa. Seu Durval, retrucou: meu amigo, não quero nem saber quem é, só entra nessa fila quem precisa, ela pode parecer que não precisa, mas deve ser a mais precisadas.

Itabaiana é ingrata com seu Durval do Açúcar.

Prefeito Adailton, anote, Durval do Açúcar merece uma estátua em Praça Pública.

Antonio Samarone (médico sanitarista).


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