CPI da Covid aprova requerimento do senador Alessandro para convocação de ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro
"A gente tem que acabar com essa fachada teórica que imagina que, por conta de decisões judiciais, a gente tem que esquecercer as malas de dinheiro, as confissões, os milhões. *Vivemos o maior estelionato que o Brasil já viu. Alguém que se vendeu como combatente da corrupção e que desde o nascedouro estava entredado em esquemas como a rachadinha*".
A CPI da Covid aprovou nesta quarta (15) a convocação de Ana Cristina Siqueira Valle, segunda mulher do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - a partir do requerimento 1488, do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). O requerimento foi aprovado quase ao final do depoimento do empresário Marconny Ribeiro, apontado como suposto lobista da Precisa Medicamentos, quando Alessandro Vieira pressionou para que a convocação fosse colocada de novo em votação. Com apenas um membro da tropa de choque do governo presente, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) foi o único voto contrário. Ana Cristina é mãe de Jair Renan, filho 04 do presidente Jair Bolsonaro.
Foram justamente mensagens trocadas, pelo celular, entre Marconny e Ana Cristina, obtidas em quebra de sigilo pela CPI, que confirmam que ela atuou para beneficiar Marconny. Ana Cristina teria, a pedido de Marconny, tentado interferir na escolha do chefe da Defensoria Pública da União. A ex-mulher do presidente e Jair Renan se mudaram em agosto da para uma mansão em Brasília. Marconny ajudou o filho 04 do presidente a criar sua empresa.
"Como se sabe, o senhor Marconny Faria atuou como lobista da empresa Precisa Medicamentos, investigada pela CPI da Pandemia em razão de irregularidades na negociação de compra da vacina Covaxin, de modo que a sua relação próxima com a ex-esposa do senhor Jair Bolsonaro deve ser amplamente esclarecida, com vistas a examinar potencial atuação ilícita de ambos no contexto da pandemia", afirmou o senador Alessandro Vieira. Antes do reuerimento ser aprovado, o senador pressionou os colegas a não mais retardar a convocação. "Nesse momento, a CPI precisa decidir - e temos tempo pra isso - se vai apurar efetivamente os desdobramentos dessa situação ou se vai parar por aí, e pagar o preço político por isso. Esse preço não vai ser meu."
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