Animações ajudam a explicar cirurgias para pequenos pacientes

Médicos e marcas apostam em formas didáticas e divertidas para fazer com que os pequenos pacientes entendam procedimentos médicos

Redação, 13 de Outubro , 2021

Apesar do Dia das Crianças estar se aproximando e várias campanhas com foco no público infantil ganharem a mídia, a preocupação com a saúde das crianças é algo sempre constante no cotidiano dos pais e dos médicos. Quando se trata da realização de cirurgias pediátricas ou outros tipos de intervenção médica, além de contar com o suporte da família e de bons profissionais da saúde, também é importante saber explicar para as crianças sobre o procedimento ao qual serão submetidas.

No entanto, ter essa conversa com as crianças pode ser, muitas vezes, algo complicado, principalmente quando a saúde delas está frágil ou a intervenção é difícil. É por isso que especialistas recomendam o uso de recursos didáticos e lúdicos que colaboram com o entendimento da criança, sem assustar, mentir ou omitir informações importantes sobre a experiência que ela terá.

Pensando nisso, marcas e instituições da área da saúde têm se preocupado cada vez mais com que os pequenos pacientes entendam implantações e intervenções médicas. Um exemplo é este vídeo desenvolvido por uma sociedade de anestesiologistas portugueses (CAR - Clube de Anestesia Regional / ESRA Portugal), que se vale de uma animação para explicar o que é a Anestesiologia para crianças em idade escolar. Já aqui no Brasil, temos o exemplo da LivaNova, empresa global de inovação médica, que produziu o vídeo a seguir, também com desenhos animados, para explicar a cirurgia realizada para a implantação da
 
terapia VNS, indicada para pacientes diagnosticados com epilepsia refratária, ou seja, pacientes resistentes a medicamentos e para os quais a cirurgia cerebral não é recomendada.

O vídeo conta a história de Toni, criança que sofre com epilepsia refratária, e que conta com a ajuda do Dr. Kid, seu médico, e de Zinho, personagem que representa o dispositivo que será implantado por meio da cirurgia e que é tratado como um super-herói. Assista:

https://tinyurl.com/TerapiaVNSparaCriancas


Sobre a epilepsia/terapia VNS em crianças

A epilepsia na infância é comum - estima-se que a prevalência seja de aproximadamente 5 a cada 1000 crianças, com maior frequência na faixa etária de 0 a 9 anos de idade. Pesquisas indicam que o tratamento adequado com drogas antiepilépticas é um sucesso para aproximadamente 50% dos pacientes, podendo chegar a índices de até 75%. No entanto, cerca de 20 a 30% dos casos podem ser de difícil controle medicamentoso.

A professora Adriana Raquel Gomes conta que seu filho Theodoro, de 12 anos, apresentou uma melhora significativa após o implante da terapia VNS, tanto no controle parcial das convulsões quanto em seu desenvolvimento cognitivo. E, durante todo o processo, o médico que os acompanha no tratamento se valeu de recursos lúdicos para que Teodoro compreendesse o funcionamento da terapia. “Toda vez que vamos ao consultório, Teodoro usa uma blusa com a estampa da armadura do Homem de Ferro, porque o médico o chama assim e faz uma analogia entre o aparelho da terapia VNS e o coração do super-herói. Isso faz toda diferença, porque encoraja o paciente e explica todo o procedimento de uma forma com que a criança consiga entender a importância da terapia para a saúde dela”, relata a mãe.

Para a neurocirurgiã Alessandra de Moura Lima, que realiza implantes da terapia VNS em pacientes pediátricos, a utilização de materiais didáticos feitos especialmente para as crianças é fundamental. "Às vezes é muito difícil explicar às crianças um procedimento considerado complexo até para a maioria dos adultos. Materiais explicativos produzidos e dirigidos especialmente para elas nos ajuda muito, e com certeza deixa as crianças muito mais tranquilas, aceitando com maior naturalidade o procedimento".

A Epilepsia 

A epilepsia é uma condição neurológica que afeta aproximadamente 1% da população. De acordo com a OMS, aproximadamente 50 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de epilepsia, o que a posiciona como uma das doenças neurológicas crônicas mais comuns no planeta. No Brasil, estimativas variam de 2 a 3 milhões de pessoas. Ela ocorre quando o cérebro não funciona corretamente e os neurônios produzem uma atividade excessiva e anormal, causando as crises.
 
O tratamento da Epilepsia é feito com uso de medicamentos, e em alguns casos são necessárias outras opções, como a cirurgia ressectiva, neuromodulação (terapia VNS) e dieta cetogênica. Com o tratamento medicamentoso correto, aproximadamente 70% das pessoas têm as suas crises completamente controladas. A cirurgia quando bem indicada é possível, consiste na retirada da região cerebral responsável pelas crises, desde que não leve a consequências ao paciente.

No entanto, grande parte dos pacientes que não respondem aos medicamentos também não são candidatos à cirurgia ressectiva. “Pessoas com epilepsia refratária resistentes ao tratamento têm grande impacto em suas vidas, seja na escola, trabalho, convívio social. Também apresentam maior risco de traumas, queimaduras, necessitam de tratamentos médicos frequentes, exames e até avaliações de emergência no pronto-socorro. Por fim, também apresentam maior risco de morte, não apenas pelas lesões que podem sofrer mas também devido a crises prolongadas, estado de mal epiléptico e morte súbita”, explica o Dr. Lécio Figueira, neurologista do Hospital das Clínicas de São Paulo e vice-presidente da ABE. Para muitos destes casos, a neuromodulação seria uma opção.

“A neuromodulação através do implante de estimulador do nervo vago (terapia VNS) é um tratamento aprovado há muito tempo. Nos Estados Unidos isso aconteceu em 1997 e no Brasil em 2000. Trata-se de uma opção segura e eficaz, que leva à redução na frequência e intensidade das crises, além de outros ganhos, como melhora na recuperação após crise e até mesmo no humor e comportamento. A melhora acontece de forma gradual após início da estimulação”, afirma Dr. Lécio. “Aguardamos há algum tempo a disponibilização desta alternativa no SUS, porque, para muitos dos nossos pacientes, outras alternativas já foram esgotadas, e essa terapia poderá melhorar sua qualidade de vida".


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