A dependência das rodovias para o transporte de cargas no Brasil

Redação, 18 de Novembro , 2021


Legenda: Paralisação de caminhões durante a greve nacional de caminhoneiros em 2017: 60% da carga transportada no país depende das estradas (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

No Brasil, 60% de tudo que é produzido é transportado pelas rodovias, numa prevalência que tem base histórica. A fim de proporcionar a exportação de bens agrários, minerais e de consumo, as rodovias do país foram construídas no sentido oeste-leste e ao longo da costa. Nas décadas de 1970 e 1980, foi iniciada proporcionalmente a mudança deste paradigma, mas ela só decolou realmente nos últimos 20 anos, com a integração norte-sul das rodovias. Esse tipo de transporte de carga é também o mais barato quando se trata de manutenção, se comparado aos outros modais do tipo (aeroviário, aquaviário e dutoviário). 

De acordo com o professor Douglas de Moura Andrade, do curso de Logística EaD da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe), a infraestrutura de transporte é um grande gargalo no desenvolvimento da economia do nosso país, pois os investimentos realizados nos últimos anos foram insuficientes. Ele acredita que haja um desbalanceamento na participação dos modais de transporte, com predominância das estradas de rodagem.

“Outros modais deveriam ser mais explorados em nosso país, como o ferroviário, que oferece fretes competitivos e baixo custo de manutenção; o aéreo que abrange entregas em grandes distâncias com alta velocidade e confiabilidade; o aquaviário, já que o Brasil tem uma costa privilegiada e diversos rios navegáveis, com possibilidades de embarcações com grande capacidade de carga e transporte de produtos de alto e baixo valor e, por fim, ainda temos a possibilidade do modal dutoviário, esse sendo mais específico para indústria petroquímica, oferecendo boa consistência e tempo de transporte, bem como baixo custo de manutenção”, elenca Douglas. 

Caminhoneiros

A greve nacional dos caminhoneiros, deflagrada em 2017 e que afetou significativamente a economia, foi crucial ao mostrar a importância desse tipo de transporte para o país e os vários problemas enfrentados pelos caminhoneiros nas estradas, como buracos, rodovias sem asfalto e falta de sinalização. A mensagem enviada ao governo federal foi de que melhorias deveriam ser feitas urgentemente. Neste sentido, um levantamento da revista Época Negócios colocou o Brasil como o sexto país mais perigoso para transporte de carga, em um ranking com 57 países, perdendo apenas para países como Síria e Afeganistão. 

“Infelizmente, há tempos, vários governantes apresentam projetos de investimentos na área de infra estrutura logística no país, especialmente na área de transporte, mas esses projetos acabam não saindo do papel. Dessa forma, fazem com que o Brasil continue com a promessa de ser o país do futuro, mas eu ouço essa frase tem uns 40 anos, e ainda não chegamos nesse futuro”, diz o professor Douglas, acrescentando que o trabalho dos caminhoneiros, igualmente, “deve ser mais valorizado e melhor condicionado pelo governo do país”. 

Assessoria de Imprensa | Unit


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