A GUERRA por Manoel Moacir Costa Macêdo

Noticias, 18 de Março , 2022 - Atualizado em 18 de Março, 2022

A geração Baby boomers de 65 a 75 anos de idade, não vivenciou as duas Guerras Mundiais, respectivamente no início e no meio do século passado e nem sofreu as dores da pandemia da “gripe espanhola” no entorno da Primeira Guerra Mundial. Uma geração centrada na realização pessoal, valorização da família, estabilidade financeira e aversão às mudanças. Geração egoísta e conservadora. O humanismo, a coletividade e o bem-estar comum são indicadores apartados do foco dessa geração.

Coincidência ou não, para alguns crentes nada acontece ao acaso, mas pela “causa e efeito” e “tudo interfere em tudo”. A nomenclatura dessa geração teve origem nos desdobramentos da Segunda Guerra Mundial. Os aliados vitoriosos frente ao nazismo da Alemanha de Hitler e ao fascismo da Itália de Mussolini; os Estados Unidos, França e Inglaterra, verificaram um “crescimento demográfico abrupto no nascimento de bebês no período de 1945 a 1964”. Fenômeno que originou a geração Baby boomers. Na negação do determinismo essas duas datas influenciaram as gerações viventes nos níveis nacional e internacional. As trajetórias geracionais possuem raízes antropológicas, sociológicas e políticas, fincadas na concretude do modo de viver, produzir e consumir.

A história mundial registra conquistas imperiais a “ferro e fogo” e a “força pela força”, ambas com “dores e ranger de dentes”. Na perspectiva temporal da humanidade são recentes as consequências advindas da “escravidão negra” e da “crueldade nazista”, holocaustos que exterminaram milhões de seres humanos apenas pela “cor da pele e identidade étnica”. Não foram fatos estáticos e esquecidos nos anais da história dos povos, mas intervenções atualizadas nas várias dimensões da sociedade, algumas carentes de compensações e justiça.

Na simplificada comparação entre passado versus presente e mundo versus Brasil, afloram as inexoráveis reflexões, reverenciadas pela secularização do sinal da cruz e da religiosidade cristã. A simplificação ao invés da complexidade, o equilíbrio no lugar do conflito e a individualidade em vez da coletividade, ofuscam a compreensão dos acontecimentos atuais e as vinculações com o passado. Na perspectiva das revoluções científicas, o novo paradigma não substitui por completo o antigo, eles convivem na transição, sem data certa de iniciar e terminar. As gerações “Millennials e Z” dos nascidos respectivamente entre 1981 a 1995 e na primeira década do século XXI, vivenciam com as óbvias ponderações no presente, os similares conflitos do passado, dessa vez num único tempo: pandemia e guerra. Ainda pendente de identificar a “causa e o efeito” de uma guerra entre potências do Ocidente e do Oriente. Não é pela “escravidão”, nem pelo “nazismo”; nem pela “cortina de ferro” e nem pela “guerra fria”, mas por uma nova Ordem Mundial, ainda a ser teorizada. Os meios atuais de guerrear são sofisticados em “algoritmos nas nuvens” e “sanções econômicas”, invisíveis aos olhos dos comuns. Os efeitos na vida das pessoas, assemelham às guerras brutas, em graus diferenciados de sofrimento, dores, mortes e migrações. Marcas indeléveis no destino das gerações.

Os interesses do duelo, ponderados no tempo e contingências, são os mesmos do passado: território, dominação e riqueza. Diferentes são as ameaças e a volúpia da destruição em massa por armas nucleares, onde todos os viventes são potencialmente exterminados vis-à-vis a quantidade de ogivas nucleares apontadas para os polos de poder, os situados no topo da pirâmide da concentração de poder, renda e poderio militar. Nenhuma instituição terrena que propugna pela paz universal e agenda multilateral, consegue ter voz e vez nesse contexto bélico. Um mundo sem respeito aos tratados e acordos universais entre as nações numa quadra dita iluminista e civilizada.

Os registros do passado atualizam o dominante paradigma do egoísmo, da soberba, da ganância, da desigualdade, da violência, do consumismo, enfim do materialismo. Para os crentes, uma era de transição para o novo paradigma da pós-materialidade, da compaixão, da piedade, da partilha, da justiça social, do meio ambiente e quem sabe do amor entre almas reencarnadas como humanidade e irmãos de verdade. Quem viver, verá.

Manoel Moacir Costa Macêdo, é engenheiro agrônomo e advogado.


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