Avanço de sinal, desrespeito à sinalização, excesso de velocidade. Esses são alguns fatores que podem resultar em acidentes fatais de trânsito e que também precisam estar no centro das atenções diante do Maio Amarelo, campanha que ressalta a importância da participação de todos os cidadãos para a preservação de vidas no trânsito. A perícia também faz parte desse trabalho e o Instituto Criminalística (IC) atua na identificação de provas materiais que fornecem subsídios para a continuidade das investigações da Polícia Civil e conclusão do inquérito policial, que é remetido à Justiça.

O diretor do Instituto de Criminalística, Luciano Homem, explicou que a perícia é acionada para identificar vestígios do acidente que possam elucidar informações sobre a causa e o impacto da colisão. “A perícia oficial de natureza criminal é acionada em todos os casos em que há óbito no local do acidente de trânsito - e também em alguns casos em que há lesão corporal grave - para realização dos levantamentos tanto no local, quanto para o levantamento nos veículos que se envolveram no acidente”, detalhou.

Conforme o perito, são utilizadas diversas ferramentas que auxiliam na identificação de fatores como velocidade, ponto de colisão e veículos envolvidos. “No local do fato, os peritos utilizam diversas ferramentas. Dentre elas, podemos citar o GPS, que faz o levantamento das coordenadas geográficas, trena, medidores de distância com rodas, câmeras fotográficas e, em alguns casos específicos, drones para levantamentos em locais de acidente de trânsito”, esclareceu.

Morte de cantora em colisão

Dentre os casos que repercutiram em Sergipe, Luciano Homem relembrou a morte da cantora Eliza Clivia, no ano de 2017. O acidente ocorreu entre as ruas Maruim e Arauá, no Centro de Aracaju. As investigações resultaram no indiciamento do motorista do veículo da cantora. “Neste caso, foram feitos os levantamentos no local e posteriormente foi feita uma análise nas imagens para fazer a estimativa de velocidade e então poder chegar na análise de causa determinante. Foram feitos os levantamentos no local e pelo setor de áudio e vídeo para fazer a estimativa da velocidade pelas imagens”, revelou.

Airbag

Em Sergipe, outro caso que chamou a atenção foi o do acionamento do airbag que levou à morte de um condutor. O caso ocorreu em janeiro de 2020, na Orla de Atalaia. Como resultado das investigações, foi iniciado um recall pela montadora. “Uma falha no acionamento do airbag projetou peças contra o motorista, ocasionando a morte do condutor. No local, o perito fez o levantamento e recolheu algumas peças do airbag, que levaram à constatação do que causou o rompimento da peça. Também foram realizados alguns levantamentos e exames complementares pelo Instituto de Análises e Pesquisas Forenses (IAPF)”, mencionou.

Acidente que vitimou policial

No estado, outra colisão fatal foi verificada pelos peritos do Instituto de Criminalística. O acidente que vitimou o policial civil Abilio Gomes da Silva Netto, em agosto de 2021, na avenida Beira Mar. O condutor do veículo que provocou a colisão fugiu do local, mas os peritos do IC identificaram a autoria do acidente. “Neste caso, o perito quando realizou o levantamento fez uma coleta da tinta que estava impregnado no no veículo do policial e posteriormente no veículo suspeito, sendo possível confirmar que esse veículo colidiu no carro do policial”, evidenciou.

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