Como manter o mínimo de impacto nas atividades de ecoturismo

Redação, 13 de Agosto , 2022

Nos últimos anos a quantidade de pessoas que buscam atividades em ambientes naturais aumentou consideravelmente. Muitos turistas fazem excursões para visitar cachoeiras, montanhas, praias rústicas.  O crescimento dessa espécie de turismo leva ao contato das pessoas comuns com os montanhistas, trilheiros, ciclistas de carteirinha. Esse encontro de tribos tem reavivado algumas discussões sobre o impacto da atividade humana junto aos ambientes naturais.

Responsáveis por guiar os novatos nas atividades de natureza, guias e empresas de ecoturismo percebem a importância do papel que exercem na conscientização ambiental. Conforme explica Celso Lima do Portal Trilha Todo Dia. “Quando se discute a questão ambiental, pode ter certeza de que as pessoas que já passearam pelas montanhas aprendem mais rapidamente a valorizar o meio ambiente e não toleram sua depredação. Então, a solução é viver a natureza, assim se cria empatia com a própria! E isso vai do macro ao micro, da grande empresa poluidora aos comportamentos individuais impactantes.”

Já existe consciência a respeito da importância de não jogar lixo em trilhas ou passeios naturais. Poucos se atrevem a jogar embalagens plásticas, latas e garrafas pet na natureza, mas alguns costumes tardam mais em ser definitivamente aceitos pelas pessoas. E tem gente que costuma minimizar suas atitudes para justificar hábitos nocivos. Para ajudar a superar alguns desses hábitos nocivos, seguem algumas reflexões.

  1. Bitucas de cigarro: alguns fumantes justificam sua desídia com as bitucas com argumentos como “é tão pequeno que vai se decompor rapidamente” ou “é um presente para que o passarinho possa fazer ninho”. A verdade, no entanto, é que uma bituca de cigarro pode demorar de um a dois anos para se decompor, já que é esse tempo que as bactérias e fungos que digerem o acetato de celulose existente no filtro irão precisar para fazer seu trabalho. É preciso explicar, então, que um rejeito altamente contaminado não pode ser bom para os passarinhos, e que alguns deles podem mesmo morrer por acabarem comendo o resíduo. Para disseminar hábitos mais conscientes, Lima dá a dica. “Se você é fumante e não consegue deixar o cigarro em casa, leve pequenos recipientes com tampa para acondicionar as bitucas, podem ser embalagens de produtos já consumidos. Utilize essas embalagens durante todo o passeio até que seja possível transportar as bitucas até um local em que possam ser seguramente destinadas a aterros."
  2. Cascas de frutas: o que fazer com cascas de frutas ou miolos das maçãs? Boa parte das pessoas não sabe que cascas de banana ou frutas cítricas podem demorar até seis meses para se decompor, então, se forem parar na beira da trilha, vão estragar o passeio da pessoa que virá atrás. O miolo da maçã, por sua vez, pode estar contaminado com a saliva da pessoa que a consumiu. O que pode acontecer com os animais que tentarem se alimentar desses resíduos? Podem contrair doenças, como a herpes humana, que é fatal para os macacos.
  3. Papel higiênico e lenços umedecidos. Muita gente que possui consciência ambiental ainda peca nesse ponto. Com o aumento do trânsito de turistas em ambientes rústicos está ficando comum o avistamento de papel higiênico usado, experiência bem desagradável para quem imaginava usufruir de um suposto paraíso conservado na natureza. Muitos desconhecem, mas o papel higiênico pode demorar de 3 meses a 6 meses para se decompor, ou até mais, a depender do regime de chuvas do local. Além disso, as toalhas umedecidas, principalmente as que são feitas de TNT, podem demorar anos para se decompor. Assim, os rastros de quem esteve na montanha vão se amontoando com a passagem do tempo, tornando os locais insalubres. Então, para minimizar o impacto, é preciso levar de volta o papel higiênico usado. E não é tão difícil assim, basta levar consigo uma sacola plástica para coletar o lixo produzido. Durante todo o caminho.
  4. Dejetos humanos. Sim, é necessário falar sobre o “número 2” na trilha. A popularização das atividades na natureza não pode gerar contaminação por fezes ou urina. Se o passeio é longo, fazer xixi na trilha é difícil de evitar, e nesse caso recomenda-se afastar-se da trilha pelo menos uns 15 metros. Rapidamente a urina se infiltra no solo e isso não chega a causar um problema ambiental. Já as fezes precisam ser enterradas em buracos com pelo menos 15 centímetros de profundidade, longe pelo menos 30 metros de qualquer curso de água. Para isso, o turista deve se acostumar a levar uma pazinha para seus passeios, já que é difícil cavar um buraco com essa profundidade com as mãos. Mas em algumas circunstâncias, enterrar as fezes não é suficiente. Para evitar o mau cheiro, transmissão de doenças e contaminação generalizada dos cursos d´água, pode ser necessário acondicionar os dejetos em recipientes para o descarte em local apropriado. Dois fatores levam a essa necessidade: solos duros ou pedregosos ou o excessivo trânsito de turistas. No Parque Nacional do Itatiaia, que reúne essas duas condições, já se exige que os turistas que pretendem realizar travessias levem consigo um recipiente para acondicionamento das fezes humanas. O equipamento, geralmente confeccionado com um tubo de 25 cm de PVC largo e dois tampões, tem sido chamado eufemisticamente de “poop tube” e alguns montanhistas já se orgulham de carregar o apetrecho na parte externa de suas mochilas. Alguns podem achar que essa providência é exagerada, no entanto, nesses casos, é o certo a fazer. Especialmente em localidades destinadas a acampamentos rústicos, é preciso refletir sobre o assunto, pois os próprios turistas podem acabar contaminados em situações como essa.

Essas são observações que parecem triviais, porém que fazem uma enorme diferença para a natureza, principalmente a longo prazo. Dicas como essas também são muito abordadas no Portal Trilha Todo Dia, tendo atualizações frequentes de como respeitar a natureza da melhor maneira que os humanos podem fazer.



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