Dr. João G. Cardoso Barreto: Um homem que faz falta em Sergipe¹

Redação, 11 de Junho , 2023 - Atualizado em 11 de Junho, 2023

 

 

Nove décadas de devotada existência ao cenário sergipano. Acadêmico notável, professor dos mais dedicados, exímio gestor público, além de ter sido ex-secretário de Estado da Educação de Sergipe – eis o saudoso e admirado Dr. João Gomes Cardoso Barreto. Seriedade, companheirismo e lealdade são alguns dos seus atributos mais conspícuos. Um Lord, Gentleman, Cavalheiro que faz falta no universo telúrico.


 

João Barreto foi testemunha ocular de inúmeros governos: Eronildes Ferreira de Carvalho, Augusto Maynard, José Rollemberg Leite, Arnaldo Garcez, Leandro Maciel, Luiz Garcia, Seixas Dória, Celso de Carvalho, Lourival Baptista, Paulo Barreto de Menezes, Augusto do Prado Franco, João Alves Filho, Carlos Valadares e demais sucedâneos. Sumidade que jamais deve ser deslembrada, pois seus serviços prestados são infindáveis em ambiência telúrica e nacional.

 

 

João Gomes Cardoso Barreto nasceu em Maruim num dia 08 de abril do ano 1930, onde desfrutou de lúdica infância repleta de aprendizados que levou consigo para toda vida, principalmente o espírito irrequieto e solidário para com o próximo. Amável filho de Seu Bráulio Menezes Barreto e D. Cecília Cardoso Barreto, pais que espoliaram amor incondicional e fé incessante por dias melhores.

 

Na sua aprazível esfera doméstica, contraiu memorável união nupcial com sua eterna esposa-namorada, a obsequiosa Professora D. Olga Andrade Barreto que esteve com ele em todos os momentos lhe dando ânimo e coragem para se tornar o homem bem-sucedido que todos conhecemos. Fiquei fã desse sintonizado casal assim que os conheci e quem não ficava né?!

Os seus primeiros passos escolares foram dados no Curso Primário realizado em Maruim, com a Professora Leopoldina Batista de Almeida, de quem lhe herdou inefáveis lembranças. Anos depois, João Barreto aporta com sua obstinada família em Aracaju, onde fez o Curso Ginasial nos tradicionais Colégios Tobias Barreto e Salesiano.

Formou-se com louvor como hábil Técnico em Contabilidade, no Tobias Barreto. Foi aluno dos mais prestativos e dedicados na Universidade Tiradentes, fazendo parte da primeira turma do Curso de Administração. Já contando 16 anos de idade, ingressou no mercado de trabalho, no escritório da firma Irmãos Brito, em Aracaju, e logo após na Ribeiro & Cia e José Carlos Andrade, um célebre escritório de representações na época auferida.

João Barreto tinha lancinante paixão: o radioamadorismo. Assumiu a Direção Comercial da clássica Rádio Liberdade de Sergipe, por indicação de Leandro Maciel ao então proprietário da emissora, Seu Albino Silva da Fonseca. Sua ardorosa predileção era tanta que foi o responsável pela aquisição do Transmissor junto a uma empresa renomada no tempo, a Baygthon e Cia.

Junto com outra sumidade José Raimundo da Silva, irmão de Raymundo Luiz, Diretor Artístico, colocou a ZYM-20 para funcionar, no ano de 1952. João Barreto depois ingressa no serviço público que aconteceu por meio do então deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Dr. Francisco de Souza Porto, que era pai do médico Dr. Lauro Porto e avô do desembargador Dr. Roberto Porto, que nomeou João Barreto para o cargo de Redator de Debates.

Na administração do prefeito de Aracaju nesse tempo verificado, Cleovansóstenes Pereira de Aguiar entre os anos de 1971 a 1975, João Barreto foi Secretário de Administração e mantido no cargo com a posse do então jovial prefeito João Alves Filho, e este foi personagem essencial na briosa vida de João Barreto que se tornou um grande amigo confidente e leal companheiro.

No Governo de Sergipe, foi Chefe de Gabinete do Vice-governador Djenal Queiroz, Secretário Particular do Governador João Alves Filho, Secretário-Chefe do Gabinete Civil, Secretário de Governo e Secretário da Educação. Frisemos: Em Brasília, João Barreto foi secretário particular do Ministro do Interior, João Alves Filho. No segundo Governo de João Alves, foi, novamente, destacado Secretário de Educação.

No terceiro Governo João Alves entre os anos de 2003 a 2006, foi relevante membro de alguns Conselhos de Administração de Instituições como o Banese, Ipes, Parreiras Horta e o Detran. Não é à toa que João Barreto é paradigma no que se refere à dedicação e irretocável zelo pela máquina pública, sendo uma referência para as gerações presentes e do porvir.

Foram inúmeras as premiações e homenagens que ganhou ao longo da abrilhantada vida, dentre as quais podemos elencar: Medalha Serigy na Ordem de Comendador, pela Prefeitura de Aracaju, outorgada pelo então Prefeito José Carlos Teixeira. Na época do Governador João Alves Filho, João Barreto foi condecorado com a Medalha do Mérito Aperipê, no Grau de Comendador.

O ex-presidente José Sarney colocou no seu peito a Medalha do Mérito Rio Branco, no grau de Comendador, proveniente do Ministério das Relações Exteriores. Todas essas gratulações honoríficas e lídimo reconhecimento público só fazem ratificar o que já sabemos a respeito da gloriosa figura de Dr. João Barreto: o conselheiro que não fenece, o amigo leal, o orientador que mesmo ao partir permanece presente – eterno apaziguador dos empecilhos políticos, um sábio dos mais indescritíveis.

Em todos os cargos públicos por onde passou com altivez honestidade, sempre angariou de maneira exitosa a admiração tanto dos aliados quanto dos adversários que o respeitavam sobejamente, sob o amparo do seu líder maior, João Alves Filho. Fiquei embevecido por tamanha fonte de inesgotável conhecimento teórico-prático.

Dois anos sem João Barreto, lacuna irreparável para todo o Estado de Sergipe que perdeu um dos seus filhos beneméritos. Do imponente Edifício Rembrandt, na histórica Avenida Augusto Maynard, ainda resvala a sua serena compleição – honrada e glorificada pela sua eterna companheira, Olga Barreto, Mulher que faz por valer o hercúleo ‘M’ maiúsculo que a designo nesse singelo artigo.

João Gomes Cardoso Barreto está vivo no coração de cada sergipano e permanece, pois, seus exemplos de solidariedade, elegância, lisura, aptidão e probidade jamais hão de se extinguir nessa fugacidade temporal que faz equidade a quem merece.

João Barreto,
o primo de Dilson Menezes Barreto vive e jamais será esquecido!

¹ Texto escrito por Igor Salmeron, Sociólogo - Doutor em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Sergipe (PPGS-UFS), servidor do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe, faz parte do Laboratório de Estudos do Poder e da Política (LEPP-UFS). Membro vinculado à Academia Literocultural de Sergipe (ALCS) e ao Movimento Cultural Antônio Garcia Filho da Academia Sergipana de Letras (MAC/ASL).

E-mail para contato: igorsalmeron_1993@hotmail.com


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