Integrado à natureza, passeio da Rota do Imperador une lazer e História do Brasil Imperial

Redação, 02 de Setembro , 2023


Foto: Max Carlos

A Rota do Imperador é um novo produto turístico de Sergipe. O itinerário, realizado a bordo de um catamarã pelas águas do Velho Chico, é iniciado em Santana do São Francisco, passando por Neópolis, ambos municípios sergipanos, e Penedo, este em Alagoas. É um passeio integrado à natureza que une lazer, cultura e História do Brasil Imperial.

Trata-se de uma rota turística que revive a expedição histórica feita em 14 de outubro de 1859 por Dom Pedro II, último imperador do Brasil. O historiador Luiz Monteiro, vestido a caráter, representa a figura do ‘Imperador do São Francisco’, como era denominado, apresentando essa experiência com uma narrativa bem-humorada em primeira pessoa.

Com duração de cinco horas e meia, o passeio conta com um belo cenário que expõe o contexto histórico da viagem, apresentado no curso das águas verdes do São Francisco. Ali, é revelada também a exuberância de outras belezas naturais, como a flora intocada pela ação do homem. “A Rota do Imperador é mais um produto ofertado aos turistas no mercado nacional e regional. Vem agregar ainda mais ao mix turístico do estado de Sergipe, fortalecendo a região do Baixo São Francisco”, comenta o secretário do Estado do Turismo, Marcos Franco.

Segundo a secretária executiva da Setur, Daniela Mesquita, a Rota do Imperador oportuniza que os turistas tenham mais uma opção para experienciar a região do Baixo São Francisco. “Os visitantes vão conhecer os atrativos naturais, a cultura, os saberes e fazeres do povo sergipano, em especial o dessa região, que é tão bonita e tão emblemática para o turismo nacional. É um prestígio Sergipe ter o Rio São Francisco em seu território, um encanto já traduzido em novelas e séries”, ressalta.

Roteiro do passeio

A empresária Tânia Cristina Nascimento Melo, conhecida como Cris Melo, é a idealizadora da Rota do Imperador. Ela explica que esse equipamento turístico criado há cinco anos, além de explorar o contexto histórico, também evidencia as potencialidades do Rio São Francisco, assim como das cidades por onde passa. “Pensamos em tudo ao planejar a Rota do Imperador: desde a construção do catamarã, que tem capacidade para 120 pessoas e que conta com toda uma estrutura com banheiro, sistema de som e cozinha, até o itinerário do passeio, que tem como destino a Ilha do Imperador, em terras alagoanas”, explica.

O embarque para a Rota do Imperador acontece no município sergipano de Santana do São Francisco, a 113 quilômetros da capital, Aracaju. Pelas águas do Velho Chico, o catamarã tem como primeiro destino a cidade sergipana de Neópolis, antes conhecida como Vila Nova do Santo Antônio do São Francisco, onde faz uma parada na reserva ambiental Morro do Aracaré, que, no século XVI, serviu de apoio para o primeiro forte comandado por Maurício de Nassau e as tropas holandesas. Lá, é feito um apelo pela preservação do Rio São Francisco.

O passeio segue para o município alagoano de Penedo, onde o Imperador D. Pedro II ficou hospedado. Nessa segunda parada, os passageiros do catamarã são convidados a desembarcar para um city tour, em que são ressaltadas a história, a arquitetura e a cultura locais. A parada é feita no totem ‘Penedo’ e continua com visitas à Igreja Nossa Senhora do Rosário da Corrente, a primeira da cidade e que é de propriedade particular edificada pela Família Lemos, passando, também pelo Paço Imperial, onde família real ficou hospedada e onde funciona, hoje, a Pousada Colonial. Por fim, chega-se à Casa do Artesanato da cidade.

A terceira e última parada da Rota do Imperador é na Croa do Rio Belo, em Penedo, na Ilha do Imperador, ápice do passeio. Por duas horas, ocorre a parada para banho no rio, assim como é servido um almoço, cujo cardápio conta com iguarias da culinária litorânea à base de peixes e mariscos. É uma experiência saborosa e divertida.

Turismo náutico

Para o secretário de Turismo de Santana do São Francisco, Genilson Aragão, a Rota do Imperador é um novo destino de turismo náutico do estado, que, embora contemple Sergipe e Alagoas num percurso de integração, é um roteiro genuinamente sergipano com embarque e desembarque na ‘Capital Sergipana do Artesanato de Cerâmica’, num roteiro que envolve cultura, arte e lazer. “É um roteiro que todo sergipano deve conhecer para ter a experiência com o artesanato e o turismo de base comunitária”, opina.

Genilson Aragão observa a Rota do Imperador como um importante equipamento turístico para agregar e fortalecer o que o município tem a oferecer para o turista. Ele comenta que, hoje, Santana do São Francisco se prepara para estar entre os cinco mais significativos destinos turísticos de Sergipe. “Digo isso, logicamente, sem o sentimento de concorrência, mas com a intenção de superar e investir nesse roteiro, que é muito representativo, especialmente para o desenvolvimento econômico da região”, enfatiza.

Para o historiador Luiz Monteiro, muito mais do que contar a experiência vivenciada por D. Pedro II, atuar caracterizado com vestimentas de época, retratando a História com falas e experiências daquele governante, o enche de emoção a cada incursão na Rota do Imperador e representa grande responsabilidade. “D. Pedro II foi chamado de magnânimo, porque fez muito. Mas, infelizmente, é muito esquecido e, às vezes, confundido com o pai dele, Dom Pedro I. Eu me realizo realizando esse trabalho”, frisa.

Incursão na História

Pela primeira vez em Sergipe, o casal João Santiago e Creusa Santiago, de Praia Grande, no estado de São Paulo, relatou que a experiência na Rota do Imperador os surpreendeu. “Vimos um vídeo sobre esse passeio no hotel onde estamos hospedados, em Aracaju, e não hesitamos em conhecer. Foi uma experiência maravilhosa! Super recomendo. Afinal, além do contato com a natureza, a forma como é contada a história do Imperador é emocionante”, avalia Creusa.

De Neópolis, Maria Josefina Cruz dos Santos, 62 anos, foi com o neto Juarez, de 18. Como são figuras conhecidas naquela cidade graças a um perfil da dupla em uma rede social, eles foram convidados para o passeio na Rota do Imperador. Vale destacar, aliás, que Dona Josefina era uma das mais animadas na embarcação e disse logo que já planeja fazer o passeio novamente.

Ao visitar Sergipe com a família, o jornalista Fábio Morais, de Porto Velho, no estado de Rondônia, resolveu conhecer a Rota do Imperador. Ele destacou que foi uma experiência única. “Sem dúvida, de todos os passeios que já fiz, esse foi o que mais me surpreendeu. Nunca tinha tido uma vivência como essa, que permitiu me transportar, fazendo com que me sentisse parte da História, um personagem. Com certeza, ficará na minha memória”, assegura.

Investimento para o passeio

O valor da Rota do Imperador custa R$ 170,00 e inclui almoço e música ao vivo na embarcação. Como não há dias específicos para este passeio, ele é feito somente conforme agendamento para, no mínimo, 20 pessoas. A lotação do catamarã é de até 120 passageiros. Detalhe: não é permitido levar cooler, isopor ou bolsa térmica com água e bebidas para a embarcação.


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