Pesquisadores da UFS fazem avaliações na área do antigo lixão para  elaboração do Plano de Recuperação da Área Degradada (PRAD)

Redação, 31 de Outubro , 2023 - Atualizado em 31 de Outubro, 2023

 

 

A pauta dos lixões voltou à tona com o fechamento em alguns municípios no estado de Sergipe. Em Itabaiana, o lixão conhecido como “Lixão da Terra Dura” está fechado desde maio de 2018, conforme a lei 12.305/2010 da Política Nacional dos Resíduos Sólidos. Após cinco anos do seu fechamento, como está o processo de recuperação da área degradada?

 

 

Localizado a aproximadamente 15 km da cidade, o lixão esteve em atividade por mais de 60 anos e ocupou uma área de mais de 4 hectares. Com o seu fechamento e o encerramento das atividades, a Prefeitura de Itabaiana, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, adotou diversas medidas para reduzir os impactos ambientais na região. São elas:

 

● Estrutura de controle e encerramento das atividades;
● Cercamento da área com postes e com a barreira vegetal (cerca viva);
● Sistema de cobertura dos resíduos  (com o objetivo de eliminar a proliferação de vetores, impedir a infiltração das chuvas e impedir a saída descontrolada de biogás);
● Drenagem das águas superficiais (com o objetivo de evitar maior contaminação das áreas vizinhas).
 

Além dessas atividades, a prefeitura está inserida no Plano Intermunicipal de Resíduos Sólidos, elaborado de forma integrada com os municípios que participa do Consórcio do Agreste Central Sergipano.

 

Atualmente, a área do antigo lixão está em fase de análises para a elaboração do Plano de Recuperação da Área Degradada (PRAD), realizado em parceria com uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS), composta por alunos e professores de departamentos como Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Biologia, Geografia, Engenharia Agrícola e Biologia.

 

De acordo com o professor do Departamento de Engenharia Agrícola, Gregório Guirado Faccioli, a elaboração do PRAD consiste em etapas constatadas no Termo de Referência feito pela Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema). “A nossa expectativa é que em três meses a gente já tenha o PRAD elaborado e algumas soluções técnicas favoráveis para apresentar à Prefeitura. A gente entende o tanto que aquela área foi contaminada ao longo dos 60 anos de utilização e estamos propondo uma solução economicamente viável para que a gente possa recuperar aquela área”, explicou o professor.

 

 

O professor José Jailton Marques, professor do Departamento de Engenharia Ambiental e integrante da pesquisa, explica que já foi realizada uma avaliação preliminar e está em fase de avaliação confirmatória. “Após essa fase, partiremos para a elaboração do PRAD. Esse estudo consiste em uma investigação técnico-científica para saber como está a situação do antigo lixão em termos de impactos ambientais, e, após o diagnóstico, a gente vai recomendar as ações a serem desenvolvidas para recuperar a área”, detalhou.

 

Dentre os estudos realizados, há um ensaio chamado “Varredura de Eletrorresistividade” para saber para onde os percolados gerados com as chuvas e com a própria decomposição do material estão indo. “O objetivo é saber se está contaminando o lençol freático, se está escoando e contaminando águas superficiais e se o solo da vizinhança também está contaminado”, concluiu o professor.

 

Com o encerramento das atividades do lixão, as famílias que extraíam a sua renda com a reciclagem dos resíduos passaram a atuar na Cooperativa de Catadores de Reciclagem, criada neste mesmo ano. A situação socioeconômica dessas famílias também tem sido levada em consideração para a elaboração do PRAD. “Estamos analisando toda a população que mora tanto na área de influência direta como na área de influência indireta. A gente utilizou um raio de 500 metros, levando em consideração quesitos como acesso à saúde, água de qualidade, educação, saneamento básico e outras que estão no Termo de Referência”, explicou o professor do Departamento de Geografia Jailton Costa.

 

Ao fim da elaboração do PRAD, a prefeitura de Itabaiana deverá cumprir com as medidas apresentadas, contribuindo para o processo de redução de emissão de gases que provocam danos ao meio ambiente e aceleram o processo de aquecimento global.


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