O PREÇO DA FAMA

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Se mais curiosos, os romancistas sergipanos já teriam produzido alguma peça de ficção abordando a fixação da pirataria sobre a Boca do Rio Real, e suas praias paradisíacas do Mangue Seco, cenário de telenovela global, do lado baiano, até a Cachoeira de Abadia; e a Praia do Saco, até a mesma cachoeira; e nos meandros formados pelo Piauitinga, até Terra Caída, o Crasto, e além.
Até agora a região foi pouco explorada, e mesmo assim com temática contemporânea, como a Tieta do Agreste, do gigante Jorge Amado.
O fato é, que, toda vez que um amigo vai para aquelas bandas – o último foi Antônio Samarone – sempre eu tiro brincadeira com ele. Alguns devem me achar delirante.

Serra do Pico (Três Picos ou do Matapoan), tríplice fronteira, no pico mais alto entre Frei Paulo, Itabaiana e Macambira. Cenário da última batalha na noite de 31 de dezembro de 1589, na Conquista de Sergipe por Cristóvão de Barros.

Um dos motivos da invasão do Sertão do Urubu, depois Sergipe, terminada na noite de 31 de dezembro de 1589 – amanhã, 31, fará 435 anos – foi a ousadia do cacique Baepeba, mancomunado com os caciques do litoral, de, em conluio com os piratas franceses no Rio Real, assim que o Brasil começou a ser colonizado por Portugal, ter tomado as armas dos soldados portugueses, obviamente, depois de os matar.
Dessas escaramuças, entre franceses, assessorados pelos indígenas, e portugueses, nasceria aquele que é o primeiro sergipano e itabaianense, de sangue europeu, e indígena, obviamente: Simão Dias, o mameluco, apelidado de o francês. Ferido, seu pai, um corsário (pirata do rei) teria sido trazido para dentro das serras e cuidado com esmero… um pouco maior, por uma cunhã, nascendo depois o fundador da cidade que leva seu nome.
E por que a fixação dos franceses pelo Rio Real?
Porque a fama de algo tão valioso?
Em 20 de outubro de 1501, Américo Vespúcio – o que denomina hoje o continente, AMÉRICA – chegou à Boca do então Itanhü (mais ou menos itanhi, com “i” fechado), e, como era aniversário do seu contratante, o rei D. Manuel I, o Venturoso, em sua homenagem colocou-lhe o nome de Rio Real. Não podia ser um lugar qualquer
Depois, na Europa, cartógrafos deram mais uma puxadinha, sugerindo uma baía, que foi diminuído para enseada até chegar no que é hoje. Entretanto, por quase trezentos anos deu muito trabalho à marinha portuguesa. Mesmo depois de conhecido que era apenas o alargamento pela maré, do curso do rio que, cem quilômetros acima já é seco na maior parte do ano.

Os meandros do Real era lugar ideal para o esconderijo de forças estratégicas; nem sempre bem intencionadas.
Nunca vimos estudo nenhum sobre a ocorrência de piratas ali; contudo, referências documentais na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro têm razoáveis conteúdos sobre a atividade na área. Como sobre a nau inglesa, aprisionada pelo povo da Vila de Abadia (hoje um povoado de Jandaíra-BA), em fevereiro de 1767.
Daí porque eu acredito que temos nossos Jack Sparrow, Barba Negra e Hector Barbossa, com seus Pérola Negra, Holandês Voador, etc., etc.. É só botar a imaginação para funcionar.

Para que a homenagem ao rei, que conquistou o Brasil – sem dar um tiro – feita pelo navegador, que denomina o continente, faça algum sentido.

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