Pesquisa de doutorado explora potencial terapêutico através de substâncias encontradas na mangaba

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Estudo utiliza técnica avançada de extração para investigar propriedades terapêuticas do lupeol e triterpenos da mangaba, promovendo a valorização dessa espécie e seu potencial na indústria farmacêutica.

Muitas pessoas estão familiarizadas e utilizam plantas medicinais devido às suas propriedades benéficas, como antimicrobianas, antifúngicas, antivirais, antidepressivas, anti-inflamatórias e gastroprotetoras. Mas como extrair esses compostos de maneira eficaz? A Extração Dispersiva Energizada Guiada (EDGE) é uma técnica avançada que permite a obtenção de substâncias como o lupeol de forma mais rápida e eficiente em comparação aos métodos convencionais.

Para otimizar a obtenção desses compostos visando usos terapêuticos, o egresso do curso de Educação Física da Universidade Tiradentes (Unit), Sérgio Prado Leite, concluiu seu doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial (PBI) da Unit. Seu trabalho focou na aplicação da técnica EDGE para extrair lupeol e outros triterpenos do fruto da mangabeira (Hancornia speciosa Gomes).

Este estudo é uma continuação de seu mestrado, no qual foram investigadas diferentes partes da mangabeira para identificar seus compostos. No doutorado, Sérgio ampliou a pesquisa para obter um extrato rico em lupeol e triterpenos derivados. “Nós aplicamos uma técnica de extração recente e promissora. Ela é mais simples e rápida em comparação com outras técnicas, utilizando um equipamento com câmara de vedação pressurizada que mantém o solvente extrator líquido durante todo o processo. Isso acelera a extração e favorece a obtenção de compostos de interesse”, explica Sérgio.

A escolha da mangabeira para o estudo foi estratégica. “Estudar a mangaba é uma forma de valorizar essa espécie, especialmente diante dos desafios de desmatamento e risco de extinção. Sergipe é um dos principais produtores dessa fruta, então é crucial destacar suas propriedades e benefícios potenciais”, destaca Sérgio.

Durante seu doutorado, Sérgio conseguiu otimizar o método de extração do fruto da mangabeira, obtendo um extrato rico em triterpenos, especialmente lupeol, em um tempo reduzido e com menor volume de solvente. Ele observa que estudos biológicos não mostraram sinais de toxicidade. “Com base nos resultados de testes in vitro e na identificação dos compostos, o extrato possui um grande potencial para o desenvolvimento de formulações com propriedades anti-inflamatórias, embora mais testes e estudos sejam necessários”, ressalta.

Trajetória acadêmica e envolvimento com a pesquisa

A trajetória acadêmica de Sérgio na Unit foi marcada por um forte envolvimento em grupos de pesquisa desde a graduação. “Ingressei no grupo de pesquisa da professora Cristiane Porto em 2012, com foco inicial na área da educação. Posteriormente, entrei para o Laboratório de Biociências da Motricidade Humana (LABIMH) durante meu primeiro ano, onde tive contato com pesquisa e fui incentivado por professores que me inspiraram”, relembra Sérgio.

Atualmente, ele integra o Laboratório de Cromatografia Gasosa Bidimensional (LabCrom), onde realiza análises cromatográficas, estudos de biocombustíveis e pesquisas com plantas e algas. Na área de Biotecnologia Industrial da Unit, seu trabalho se insere na linha de pesquisa de Prospecção e Conversão de Produtos Vegetais e Animais do Nordeste. “Recebi um apoio significativo dos orientadores e colaboradores desde a definição do tema de pesquisa. A infraestrutura e recursos disponíveis foram fundamentais para o desenvolvimento do estudo”, revela.

Planos futuros

Após concluir o doutorado, Sérgio planeja continuar suas pesquisas com novos testes e projetos de pós-doutorado. “Estamos planejando realizar novos testes com a técnica EDGE, variando algumas condições extrativas. Também pretendemos aprofundar os resultados obtidos com o extrato. Estamos desenvolvendo um projeto de pós-doutorado para dar continuidade ao trabalho”, revela Sérgio.

Ele aconselha outros alunos interessados na carreira acadêmica a explorar suas áreas de interesse e participar de grupos de pesquisa desde a iniciação científica, desenvolvendo habilidades práticas e de ensino. “Para quem deseja seguir a carreira acadêmica, é altamente recomendável explorar suas áreas de interesse e se envolver em grupos de pesquisa desde cedo. Essa experiência não apenas aproxima os alunos da pesquisa, mas também desenvolve habilidades fundamentais para seu crescimento acadêmico e profissional”, conclui Sérgio.

Fonte: Asscom Unit

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