A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quinta-feira (12) o deputado federal André Janones (Avante-MG) por envolvimento em um esquema de rachadinha em seu gabinete. O caso ocorreu no final de 2023, após a revelação de áudios em que Janones sugere a prática, ordenando a seus funcionários que repassassem parte de seus relatórios.
Além de Janones, um assessor e um ex-funcionário também foram indiciados por corrupção passiva e associação criminosa. A transmissão dos áudios foi publicada pela PF em junho de 2023, após análise realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística.
Gravações e Investigações
Nas gravações, feitas em 2019, Janones menciona usar recursos da rachadinha para quitar despesas de sua campanha à prefeitura de Ituiutaba, em 2016. Ao se defender, o deputado alegou que sua sugestão foi vetada por seu advogado e nunca postada em prática.
A quebra de sigilos bancário e fiscal do parlamentar e de seus assessores será comprovada para o prosseguimento das investigações.
Depoimentos e Contradições
Vários assessores já prestaram depoimentos, com alguns negando a devolução de suspensão. No entanto, as versões dos áudios trouxeram inconsistências, aumentando as suspeitas sobre o esquema.
Janones se defendeu das acusações, afirmando que as discussões ocorreram antes de ele se tornar deputado. Ele também minimizou a gravidade do caso em uma postagem no X (antigo Twitter), dizendo que a proposta não foi realizada.
Arquivamento no Conselho de Ética
No dia 5 de setembro, o Conselho de Ética da Câmara arquivou a acusação contra Janones, com o relator Guilherme Boulos (PSOL-SP) argumentando que os áudios referem-se a um período anterior ao mandato atual de Janones, não justificando a perda de sua cadeira.
A decisão foi solicitada por 12 deputados, enquanto cinco votaram contra o arquivamento.