No ano passado, mais de 2,3 mil trabalhadores foram afastados em Sergipe por conta desses transtornos mentais
O Brasil atingiu em 2024 o maior número de afastamentos do trabalho causados pelos transtornos de ansiedade e depressão dos últimos 10 anos. No país, foram registrados acima de 470 mil casos, dos quais mais de 2,3 mil foram no estado de Sergipe. Os dados recém-divulgados pelo Ministério da Previdência Social revelam que os trabalhadores mais atingidos são mulheres, com idade média de 41 anos, que tiveram que passar cerca de três meses afastadas de suas atividades.
O aumento desses casos tem uma relação direta com a pandemia de Covid-19. A psicóloga, com pós-doutorado em Psicologia da Saúde e membra do Grupo de Estudos e Pesquisas em Psicologia da Saúde da Universidade Federal (GEPPS/UFS), Dra. Dandara Palhano, explica que esse período causou um crescimento gradativo nos indicadores de ansiedade e depressão em todo o mundo. Além disso, o atual cenário de precarização do mercado de trabalho com longas jornadas diárias também colabora com o surgimento desses transtornos.
Entre os sinais que podem ser percebidos nos trabalhadores estão alterações na rotina de sono, aumento dos batimentos cardíacos, respiração desregulada, preocupação excessiva com o futuro e dores de cabeça constantes. Palhano esclarece que apesar de serem sintomas comuns, não devem ser ignorados. “Existem situações em que eles se manifestam de forma tão intensa que atrapalham o dia a dia causando sofrimento, configurando, assim, um quadro de transtorno mental”, alerta a psicóloga.
Os cuidados com a saúde mental devem focar na prática de exercícios físicos, dormir bem, manter uma boa alimentação e, caso necessário, buscar acompanhamento psicológico. Dandara também reforça a importância de ações por parte das empresas para mudar esse cenário. “É importante que o trabalho seja um ambiente seguro, com salários equivalentes ao cargo e função, além de ter uma boa gestão de pessoas”, pontua a especialista.
Por: assessoria de comunicação