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QUANDO “AS JUSTIÇAS SE NÃO FAZEM”(*).

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Montagem, com o velho Chico Breu e a Rua das Flores, (hoje Barão do Rio Branco).
Do lado esquerdo, a casa de D. Izidia Pinto Monteiro, base de meu avô e família, quando vinha à cidade, e minha mais tenra lembrança da infancia, em 1962; do outro lado, atrás do senhor de pé, o antigo quartel da Rua do Cotovelo, da era imperial, aí já loja, e hoje a Sorveteria Kiola, início da Rua 13 de Maio.

Tudo começou com um dissenso por causa de um valado. Evoluiu para a total falta de respeito, e quem assim praticou, pagou salgado preço.
Desde que me entendi por gente, um modo de dizer, consciente de mim mesmo, que ouvi, repetidas vezes, com a mesma curiosidade da primeira vez, o meu pai, que na época do fato, estava com dez, quase onze anos de idade, sobre o acesso de cólera do seu padrinho, Francisco Antônio de Lima, o Chico Breu, que resolveu de uma vez por todas se livrar do opróbrio com tanto desaforo e nenhum cobro por parte das autoridades.
Foi no dia 15 de janeiro de 1925, assim, com propriedade, nos contará seu neto, o advogado, historiador, professor José Rivadálvio Lima, o Rivas, antológico vice-diretor, da não menos antológica Maria Pereira, da década de ouro do Colégio Estadual Murilo Braga, em preparo de livro sobre o assunto. Para breve.
Pacatíssimo, caboclo respeitador, amigueiro, padrinho de uma reca de afilhados que, só do meu avô eram dois filhos: meu pai, de batismo; e outro – não lembro o qual tio – de crisma. Vivia da labuta de qualquer sujeito endurecido pela vida, desde as experiências como “soldado” da borracha, a plantador de algodão e o que mais desse.
Porém, depois de constantes xingamentos, do mais baixo calão, possível; inúmeras ameaças físicas, a si, e especialmente, a seus dependentes; desmoralizações, como receber escarrada e cusparada no momento de se dirigir a uma pia batismal para ajudar a fazer mais um futuro cidadão, na fé e ensinamentos de Cristo… no 15 de janeiro de 1925, Chico Breu, deixou a passividade de lado e resolveu resolver. Foram quatro, na ruma.
Fez 100 anos, um século fechadinho, na última quarta-feira, 15.
Mais? Não conto. Deixarei para quem de direito; porém, desde criança que o herói de meu saudoso pai é também meu herói.

(*) Frase do ouvidor-mor, da capitania de Sergipe d’El-rei, Antônio de Magalhães Passos, em carta à D. Maria I, rainha de Portugal, dando conta da situação precária da justiça em Sergipe, em 1799.

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