Nesta quarta-feira, 8 de maio, a Igreja Católica entrou para a história com a eleição de Robert Francis Prevost como novo Papa. O cardeal nascido nos Estados Unidos se torna o primeiro norte-americano a assumir o trono de Pedro, um marco inédito nos mais de dois mil anos de cristandade.
Em seu primeiro pronunciamento, o novo pontífice anunciou que adotará o nome de Leão XIV (Leão Quatorze). Ao ser eleito, o novo Papa escolhe um nome papal, geralmente inspirado em um ou mais pontífices anteriores ou em santos que ele admira ou deseja homenagear. Essa escolha tem um forte simbolismo, pois indica o estilo de papado que ele pretende seguir. Por exemplo, ao escolher “Leão XIV”, ele estaria se colocando na linha dos 13 papas anteriores que usaram esse nome — o último foi Leão XIII, que governou de 1878 a 1903 e foi conhecido por sua atenção às questões sociais.
A escolha de Prevost, conhecida figura no Vaticano e respeitado por sua trajetória missionária e visão pastoral, reflete o desejo dos cardeais por uma liderança que una tradição e renovação. Sua eleição aponta para uma continuidade no estilo de papado inaugurado por Francisco — voltado ao diálogo, à escuta dos pobres e à descentralização do poder eclesial.
Conhecido como o “pastor de duas pátrias”, Prevost ganhou destaque durante sua atuação no Peru, nos anos 1980. Lá, desenvolveu um trabalho missionário próximo às comunidades locais, o que lhe conferiu fluência em espanhol e uma profunda conexão com a realidade latino-americana. Essa vivência fez dele uma figura que transita com naturalidade entre os mundos do norte e do sul global, um símbolo da universalidade da Igreja.
Antes de sua eleição, Prevost ocupava o cargo de prefeito do Dicastério para os Bispos, órgão responsável pela nomeação e acompanhamento dos bispos em todo o mundo. Nessa função estratégica, teve a oportunidade de conhecer de perto os desafios e as potencialidades da Igreja em diversos continentes.
Em uma entrevista ao portal do Vaticano, o novo Papa expressou sua visão sobre a missão episcopal, com palavras que refletem sua proposta de pontificado:
“O bispo é chamado autenticamente para ser humilde, para estar perto das pessoas que ele serve, para caminhar com elas, para sofrer com elas e procurar formas de que ele possa viver melhor a mensagem do Evangelho no meio de sua gente.”
A eleição de Robert Francis Prevost como o primeiro Papa norte-americano representa não apenas um feito histórico, mas também uma sinalização clara de que a Igreja segue comprometida com uma liderança global, sensível às diversas culturas e realidades. O mundo agora volta os olhos para este novo capítulo no Vaticano, à espera dos próximos passos do novo pontífice.
Foto: CNN
