Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que, este ano, 11.370 novos casos de câncer de bexiga devem ser registrados no Brasil, sendo 7.870 em homens e 3.500 em mulheres. Esse tipo de neoplasia é a sétima mais frequente entre pessoas do sexo masculino (exceto o de pele não melanoma), representando mais de 3% dos diagnósticos.
Os dados acendem um alerta para a importância da conscientização sobre a doença, cujo tabagismo é um dos maiores fatores de risco, sendo responsável por mais de 50% dos casos diagnosticados, de acordo com o Inca.
“As toxinas presentes no tabaco e também nos cigarros eletrônicos, conhecidos como vape, são absorvidas para o sangue, filtradas pelos rins e coletadas na bexiga. A urina com esses compostos nocivos fica em contato com o tecido desse órgão por várias horas, podendo causar mutações das células ou até mesmo lesões, aumentando o risco de neoplasia”, explica Luciana Freire, oncologista da Oncoclínicas em Sergipe.
Além do tabagismo, a exposição a substâncias químicas, alguns medicamentos e suplementos dietéticos, gênero e raça, idade avançada e histórico familiar podem ter relação com o desenvolvimento do câncer de bexiga. Quanto aos sintomas, o mais comum é a hematúria (sangramento na urina), seguido de perda de peso sem causa aparente, dor ao urinar e no abdômen inferior, aponta a médica.
O tratamento é definido de acordo com o seu estágio no momento do diagnóstico. “As opções variam de acordo com o estadiamento, que é o nível de acometimento da doença. O método de intervenção pode variar, indo desde raspagens do tumor ao tratamento intravesical, tratamento venoso e cirurgia para retirar a bexiga”, aponta Luciana Freire.
A prevenção, segundo a oncologista, passa principalmente por não fumar. “Além disso, a prática de atividades físicas e a adoção de hábitos saudáveis, como manter o corpo bem hidratado, são ferramentas importantes para se ter uma vida mais saudável”, finaliza.