Ex-presidente reafirma intenção de disputar a Presidência e desafia governadores de direita a questionarem sua inelegibilidade
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (14) que seguirá com sua pré-candidatura à Presidência da República em 2026 “até o último segundo”, mesmo estando inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Durante entrevista ao portal UOL, Bolsonaro pediu apoio público dos governadores aliados para questionar a legalidade da sua inelegibilidade.
“Eu gostaria que os governadores falassem: ‘O Bolsonaro está inelegível por quê?’”, provocou o ex-presidente, sugerindo que a condenação teria motivações políticas. Ele reconheceu que uma eventual sentença penal definitiva pode inviabilizar de vez seu retorno às urnas. “Se eu for condenado, acabou. Até pela minha idade, acabou. Espero que não aconteça”, disse.
O ex-presidente foi declarado inelegível pelo TSE em dois julgamentos: o primeiro por abuso de poder e ataques infundados ao sistema eleitoral em reunião com embaixadores em 2022; e o segundo por uso político das comemorações de 7 de Setembro no mesmo ano, durante o período eleitoral.
Candidatura de Tarcísio é vista como alternativa
Questionado sobre uma possível candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Bolsonaro evitou uma resposta direta. Embora tenha elogiado o aliado, afirmou que Tarcísio “tem dito publicamente que é candidato à reeleição” e que ainda falta ao governador experiência política.
“Ele foi um excepcional ministro, mas ainda não tem essa vivência. Às vezes, na política, você precisa aprender a engolir sapo pela fosseta lacrimal”, afirmou Bolsonaro, em tom descontraído. Ainda assim, ressaltou a gratidão mútua entre ambos e não descartou totalmente um possível apoio futuro, caso seja definitivamente impedido de concorrer.
Bolsonaro também comentou sobre as articulações do ex-presidente Michel Temer, que tem tentado construir uma frente de união da Direita, sem “radicalismos”. Segundo ele, “ninguém que entrou na política um dia esquece” e que todos têm o direito de buscar protagonismo, ainda que fora do seu campo de influência direta.
Com o cenário eleitoral ainda distante, Bolsonaro mantém sua presença política como figura central da Direita, mesmo sob o risco de afastamento judicial definitivo.