O PARQUE DA SEMENTEIRA

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Emmanuel Franco Filho; Japiassú Freire; João Ávila; João Batista Medeiros; José Dias; José Lavres Filho; Manoel Moacir C. Macêdo; Naum de Araújo*

O Parque Augusto Franco, conhecido como“Parque da Sementeira” está para as sergipanas e sergipanos, como o “Parque do Ibirapuera” está para os paulistas. Um parque tradicional da história de Aracaju, situado num local ideal para lazer, paz e contato com a natureza. Ele oferece acesso aspráticas esportivas, entretenimento, plantio deárvores, e educação ambiental, entre outras atividades de acolhimento das pessoas e animais.

Os equipamentos instalados são amigáveis ao meio ambiente, e receptivos aos jovens, adultos e idosos que buscam o ar puro, admiração de plantas, pássaros, pequenos animais e outras criaturas da natureza. Caminhadas, piqueniques, lago, visitas escolares e passeios, são alguns dos atrativos da“Sementeira”. O ex-governador Marcelo Déda,lembrado em simbólica estátua sob a sombra de uma árvore, aprecia a beleza do “Parque da Sementeira”, como um guardião de sua originalidade.  

A origem da palavra “Sementeira” remota o histórico IPEAL – Instituto de Pesquisa Agropecuária do Leste, criado no Século XX, coligado ao MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, atual EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.  No “Parque da Sementeira”, foi instalada a sede do IPEAL em Sergipe. Na época,incluíam as áreas das sedes da EMBRAPATabuleiros Costeiros, CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Bacia do Rio Vaza-Barris, e imediações do bairro Jardins. Uma concessão de uso do governo federal à Prefeitura Municipal de Aracaju, tornou o “Parque da Sementeira”, como área de proteção ambiental de interesse público.

Entre as atividades desenvolvidas pelo entãoIPEAL, destaque para a produção de mudas de qualidade agronômica de coqueiro e laranjeira, cultivos de expressão na produção agrícola sergipana. Na memória popular ficou gravado como o local de produção e comercialização de “Sementes”. Na “Sementeira”, foi desenvolvida acampanha do “clone novo da laranjeira”, tecnologia que livrou a citricultura sergipana da temida “tristezados citros”, doença que ameaçou a citricultura nacional. Engenheiros agrônomos, protagonistas desses feitos, alguns vivos, testemunham essas ações, outros mudaram de planos, mas, todos contribuíram para colocar o Estado de Sergipe em tempo recente, como o maior produtor de citros do Nordeste e um dos principais produtores de coco. O“Parque da Sementeira”, exige atenção, respeito e cuidado, pois alberga relevantes registros em suas edificações, espaço físico e memória.

Recentemente, em “Nota de Repúdio”, o presidente da AEASE – Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe, afirmou que a “AEASE repudia perante a Prefeitura Municipal de Aracaju, o corte de árvores e a impermeabilização de áreas verdes no Parque da Sementeira”. Por sua vez, a OAB – SE através de seu presidente, manifestou que o “Parque da Sementeira é um dos pulmões verdes da capital sergipana, além de espaço para o lazer, convivência e essencial para o ecossistema urbano”. Vale registrar o comentário do Secretário de Cultura de Itabaiana, de que a “Sementeira”, não pode ser transformada em “Praça de Eventos”. O “Parque da Sementeira”, deve ser abraçado e protegido, jamais desvirtuado pelo cimento e o concreto.

O poder executivo municipal, pode muito, mas não pode tudo, responsável pela gestão dos parques municipais, carece apresentar à sociedade sergipana, as justificativas convincentes de alteração radical do “Parque da Sementeira”. Espera-se em função do aquecimento global, permanência do bem-estar e da vida saudável da população, que as obras em curso sejam suspensas, até os devidos e necessários esclarecimentos. 

Com a palavra o CREA – SE, o IBAMA, as Secretarias Municipal e Estadual de Meio Ambiente, e em especial, o Ministério Público de Sergipe, a quem compete promover ações civis públicas emdefesa de interesses da coletividade, a exemplo do meio ambiente e o patrimônio público.

*Os autores são engenheiros agrônomos filiados à AEASE, com experiência em extensão rural, assistência técnica, defesa, ensino, pesquisa agropecuária e membros do Grupo Repensar.

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