A SEGUNDA PEREGRINAÇÃO DE SANTA DULCE

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Há dez anos, modestamente eu andava como siri na lata. 

Como itabaianense, a beatificação da Irmã Dulce pelo Vaticano, em 2011; e conhecendo, mesmo que perifericamente, a grandeza do seu trabalho, e respectiva resposta de seus assistidos e de admiradores, tinha como certo que o processo de canonização, era questão de tempo.

E a mente não parava.

Nos idos de 2015, em privado e nas várias conversas que tínhamos, particularmente eu e Juarez Ferreira de Gois, com quem sempre dividi sonhos impossíveis para Itabaiana, sempre lamentávamos a nenhuma disposição da turma local do poder – financeiro, e, ou político – em se interessar pelo assunto, toda vez que sorrateiramente, com medo de ser internado como louco, a alguns deles abordávamos.

Itabaiana deveria ser grata à mulher santa, que aqui se manifestou milagrosamente pela primeira vez. Também pensar em receber visitas. Não mais compradores de ouro de fins da década de 1970; mas peregrinos, ávidos por conhecer nossa cidade, locação do milagre, enfim.

Trazer gente para cá. Nenhum lugar vai a frente sem receber visitas.

No dia 10 de maio de 2015, numa conversa que tive com Juarez, falei da minha visão sobre Anselmo Rocha, filho de Frei Paulo, mas itabaianense e itabaianista de coração, orador do ginasial do Colégio Estadual Murilo Braga, turma de 1966, engenheiro e soteropolitano por adoção. Experiente nas velhas estradas do Império Romano, e que há quase um milênio conduzem peregrinos a Santiago de Compostela, na Galícia, Espanha, seria a pessoa certa para dar um toque; um pontapé, que talvez viesse acordar os dorminhocos.

Dito e feito.

Turma pioneira, saindo de Salvador e em direção a Itabaiana.Embaixo: Cartão de Visitas no totem da cidade

A partir de 2017, num trabalho de formiguinha, muita prudência, recuos estratégicos e avanços colossais e foi estabelecido pelo Anselmo o Caminho de Santa Dulce, hoje parte do sistema mundial. 

Óbvio: ninguém contava com uma pandemia que deixou o mundo todo ajoelhado e com medo do pior. Mas enfim, passados os tempos sombrios, chegaram a Itabaiana os alegres pioneiros no ano passado. Momento histórico, para sempre guardado.

E, incontinenti, rapidamente formou-se aqui a peregrinação local que levou milhares às colinas onde primeiro Sergipe recebeu um governador-geral do Brasil, 1619, D. Luís de Souza, e agora, com a imagem de Santa Dulce recebeu festivos peregrinos.

Domingo próximo, dia 4, será, portanto, a segunda edição. E eu, e já me garantiu Juarez, estaremos presentes. Vamos nos somar aos alegres caminhantes.

Que Santa Dulce nos proteja, dê vida e saúde.

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