A trajetória do luxo falsificado: reflexos da desigualdade de renda na sociedade

Estudo revela que a busca por bens de luxo contrafeitos cresce com o aumento da percepção de desigualdade, destacando um fenômeno social complexo e controverso.

A compra de itens de luxo falsificados é um fenômeno que carrega diversas motivações. Para alguns, a tentação de adquirir um produto que simboliza status social por um preço acessível é irresistível. Além disso, a sensação de enganar o sistema e avançar temporariamente na escala social pode ser um atrativo poderoso. No entanto, pesquisadores indicam que um fator ainda mais profundo pode estar alimentando essa tendência: a crescente desigualdade de renda. Um estudo recente da City, University of London, aponta que, à medida que as percepções de desigualdade aumentam, os consumidores tendem a buscar bens de luxo falsificados como uma forma de “valor igualitário”, utilizando esses itens para restaurar um senso de igualdade na sociedade.

Este fenômeno se desenrola de maneira particularmente intensa na França, onde marcas icônicas como LVMH e Kering enfrentam um escrutínio crescente em meio ao aumento da desigualdade. A LVMH, liderada por Bernard Arnault, e outras grandes casas de moda têm sido alvo de críticas, evocando comparações com figuras históricas como Maria Antonieta. A resposta a esta situação tem sido variada, incluindo iniciativas como a da Benefit Cosmetics, subsidiária da LVMH, que em janeiro estava em negociações com a ByteDance, controladora do TikTok, para mitigar a proliferação de falsificações na plataforma.

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