Desemprego cai para 7,5%, a menor taxa desde 2014

Economista explica que recuperação econômica e políticas públicas são fundamentais para a redução do desemprego no Brasil

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 7,5% no trimestre finalizado em maio de 2024, atingindo o menor índice desde 2014, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE. Este número representa uma queda em comparação ao mesmo período de 2023 (8,5%) e é a menor taxa para um trimestre encerrado em abril desde 2014.

De acordo com o economista e professor de pós-graduação da Universidade Tiradentes (Unit), Josenito Oliveira, essa redução é resultado de uma combinação de fatores econômicos e políticos que têm favorecido a economia brasileira nos últimos anos. “Pode ser atribuída à recuperação econômica pós-pandemia, políticas de incentivo ao emprego, crescimento em setores estratégicos (agrícola, tecnologia e inovação), e melhorias no ambiente de negócios com investimentos internos e externos”, destaca Josenito.

Os setores de serviços e comércio foram os maiores responsáveis por essa redução no desemprego. A reabertura das atividades econômicas permitiu a recontratação de muitos trabalhadores, enquanto o aumento do consumo impulsionou a criação de novos postos de trabalho.

“A recuperação de empregos em setores duramente atingidos, como comércio, serviços e turismo, foi crucial para essa melhora. A vacinação em massa e a redução do medo da pandemia também aumentaram significativamente o consumo, gerando uma maior demanda por trabalhadores. Melhorias no ambiente de negócios, com novos investimentos, foram igualmente importantes”, explica Oliveira.

Impactos a curto e longo prazo

A queda na taxa de desemprego tem efeitos positivos tanto a curto quanto a longo prazo para a economia brasileira. No curto prazo, há uma melhoria na confiança do consumidor e empresarial, aumento do consumo e maior poder de compra. “O aumento do consumo pode estimular a produção, levando à criação de mais empregos e gerando um ciclo virtuoso de crescimento econômico. Além disso, a redução dos gastos com benefícios sociais é um benefício importante”, afirma o economista.

A longo prazo, a manutenção de uma baixa taxa de desemprego pode promover um crescimento econômico mais equilibrado e sustentável, reduzir as desigualdades sociais e aumentar a arrecadação fiscal. Contudo, Oliveira ressalta que essa relação não é sempre direta. “A queda do desemprego pode, em teoria, resultar em salários mais altos e melhores condições de trabalho, mas isso depende de vários fatores”, explica.

Segundo Josenito, os empregos recentemente gerados são em sua maioria formais, com carteira assinada, no setor privado, o que é um indicador positivo para a economia. As políticas públicas implementadas pelo governo também contribuíram para essa redução no desemprego.

Entre as principais medidas estão:

  • Programas de apoio às empresas e incentivo ao emprego
  • Incentivos fiscais e investimentos públicos
  • Políticas de capacitação e educação
  • Auxílio emergencial e transferências de renda
  • Redução de juros e facilitação de crédito

As regiões Sul e Sudeste do Brasil apresentaram a maior redução na taxa de desemprego, impulsionadas por uma rápida recuperação em setores chave como agronegócio, indústria, serviços e tecnologia. “Políticas locais eficazes de incentivo ao emprego e apoio às empresas, juntamente com investimentos em infraestrutura e inovação, foram cruciais para essas melhorias”, observa Oliveira.

Para continuar reduzindo a taxa de desemprego, é necessário implementar políticas adicionais focadas em educação, inovação, infraestrutura, inclusão e reformas. “A implementação dessas políticas pode não só criar mais empregos, mas também garantir que esses empregos sejam de alta qualidade e sustentáveis a longo prazo”, conclui Josenito Oliveira.

Fonte: Asscom Unit

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