Quatro antigos altos responsáveis do grupo Volkswagen foram considerados culpados por fraude no caso que ficou conhecido como “Dieselgate”, marcando um novo capítulo no escândalo que abalou a indústria automóvel em 2015. A decisão do Tribunal Regional de Brunswick ditou a condenação de dois ex-dirigentes a penas de prisão efetiva: Jens Hadler, ex-diretor de desenvolvimento de motores diesel, sentenciado a quatro anos e meio, e Hanno Jelden, antigo diretor de tecnologia de propulsão, condenado a dois anos e sete meses.
Outros dois ex-diretores também foram responsabilizados, mas receberam penas suspensas. Heinz-Jakob Neusser, que liderou o desenvolvimento da Volkswagen, foi condenado a um ano e três meses de prisão com pena suspensa, enquanto outro antigo diretor do mesmo departamento recebeu uma sentença de um ano e dez meses em liberdade condicional. O tribunal concluiu que todos os acusados tinham conhecimento das manipulações nos motores diesel, um esquema que se prolongou por anos e afetou milhões de veículos de diversas marcas do grupo, como Volkswagen, Audi, Skoda e Porsche.
O “Dieselgate” veio à tona quando a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) revelou a existência de um software que adulterava os resultados dos testes de emissões de poluentes em veículos a gasóleo. Essa prática foi posteriormente considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça da União Europeia. Em decisões anteriores, o Supremo Tribunal alemão já havia estabelecido o direito dos compradores de veículos manipulados a receberem indemnizações pelo dano causado.