Vícios e desmandos dos donos do poder na UFS
RenasceUFS
A Universidade Federal de Sergipe (UFS), ao longo dos últimos 24 anos, contou com apenas três reitores. É tamanha a hegemonia do grupo que está no poder na UFS que acompanhamos o atual reitor completar 16 anos na Reitoria, somado o período como vice, e, nas duas vezes em que foi candidato a reitor, sequer houve outro candidato na disputa.
Caso o atual vice-reitor seja eleito, e uma vez mantida a escrita de sair candidato à reeleição e vencer, totalizando oito anos de mandato como reitor, veremos nossa instituição reforçar o que parece ser uma triste sina: ter um mesmo grupo a se perpetuar no poder por cerca de 1/3 de século.
Há um outro candidato que no momento se apresenta como candidato de oposição, mas foi durante quatro anos vice-reitor do atual reitor em seu primeiro mandato (2012-2016). É notório que esse candidato conta com um número considerável de apoiadores egressos dos escalões mais elevados da administração central da UFS. Sabe-se também que o candidato esteve à frente da administração central da nossa instituição, ao lado do atual reitor, quando auditorias do Tribunal de Contas da União e da Controladoria da União já apontavam graves problemas na administração das UFS. Portanto, representar uma possível renovação na gestão da nossa universidade, definitivamente não é o seu caso.
Um observador desavisado pode imaginar que tamanho reconhecimento que mantém há tanto tempo um mesmo grupo no poder é fruto da qualidade desses gestores públicos, uma autêntica manifestação de apoio a uma gestão avaliada como responsável por grandes feitos. Mas qualquer servidor ou estudante atento à realidade que campeia na UFS constata que, a despeito de um crescimento físico exponencial nas duas últimas décadas, a instituição já vem há algum tempo enfrentando graves, amplos e recorrentes problemas de gestão.
Realizamos nos últimos meses um abrangente levantamento de dados e informações disponíveis no site do Portal da Transparência, do Tribunal de Contas da União e até da Justiça Federal sobre a UFS, e o quadro que encontramos é estarrecedor. Desde irregularidades graves detectadas nas prestações de contas anuais apresentadas pela UFS até uma ampla falta de transparência quanto à gestão financeira dos recursos públicos alocados em nossa universidade, a relação é extensa e a situação é perturbadora.
Não afirmamos que isso tudo expresse casos de corrupção, peculato ou outro delito. Alguns casos podem revelar má-fé, outros mera incúria, ou mesmo inépcia dos gestores. Mas a verdade é que avultam irregularidades e ilegalidades de toda ordem. Na sequência, apresentaremos alguns “achados” reveladores do descalabro administrativo na UFS dentre vários que foram levantados.
No Acórdão TC 020.517/2017-0, em que foi examinado o repasse de recursos para o sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) no período de janeiro de 2012 a junho de 2017, constatou-se que a UFS pagou irregularmente com recursos destinados ao custeio de bolsas uma conta de energia no valor aproximado de R$ 400 mil e, ainda, o valor de R$ 1 milhão pela prestação de serviços de limpeza dos campi a uma empresa contratada. Mesmo diante da alegação de que o atraso no repasse de valores para o pagamento de bolsas levou à necessidade de usar recursos da conta única da UFS para o seu pagamento, com isso demandando a utilização dos recursos das bolsas para outras despesas, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) está monitorando o caso e cobra que esses valores sejam devidamente compensados.
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