Os intérpretes de libras têm papel importante na inclusão dos alunos surdos da Unit

Redação, 29 de Junho , 2023

A atuação dos intérpretes de Libras é necessária nos ambientes acadêmicos para garantir a acessibilidade no aprendizado. E a Universidade Tiradentes (Unit) por meio do Núcleo de Apoio Pedagógico e Psicossocial (NAPPS) oferece aos alunos profissionais capacitados para acompanhá-los durante toda a graduação.

De acordo com a coordenadora e assistente social do Núcleo de Apoio Pedagógico e Psicossocial (NAPPS), Kátia Maria Araújo Souza, os alunos da Unit têm à sua disposição profissionais capacitados para acompanhá-los durante as aulas. “O NAPPS está preparado para atender alunos com deficiências, síndromes, transtornos, ou que vivenciam situações que interferem no processo de aprendizagem e/ou nas relações sociais e comunitárias. O Núcleo conta com profissionais das áreas de Serviço Social, Psicologia, Psiquiatria e Psicopedagogia. Além de quatro  intérpretes de libras, uma ledora/transcritora, além de dois profissionais administrativos”, frisa. 

A coordenadora explica que os alunos no ato da matrícula devem informar se possuem deficiência para que possam ter um profissional a sua disposição. “Cada aluno tem direito a ter dois intérpretes de Libras que se revezam para melhor atendê-los. É importante ressaltar que a Unit também oferece equipamentos de transcrição de texto e materiais que facilitem o processo de aprendizagem dos alunos surdos ou que possuam outros tipos de deficiência”, salienta.

Para ser um intérprete de Libras é necessário que o profissional possua uma qualificação adequada e especialização na área em que atua (corporativa, jurídica, cultural, entre outras). Além disso, pelo fato da Libras ser uma língua viva, ela constantemente passa por melhorias e formação de novos vocábulos, e é aí que o profissional que está sempre atualizado se destaca.

Cledneide Jesus Silva, atua como intérprete há mais de cinco anos, mas já atua na área de Libras já mais de 15 anos. Ela conta que não tinha interesse em aprender ou trabalhar com a Libras. “Acabou acontecendo. Foi um desafio e uma necessidade aprender. Estava desempregada e com um filho, apareceu uma oportunidade para trabalhar em um projeto na Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos de Sergipe (Apada) como professora de dança com um grupo de pessoas surdas no período de seis meses. Acabou o projeto e graças a Deus e a doutora Lygia tive a oportunidade de continuar trabalhando como professora de Libras. Com o apoio pedagógico me identifiquei muito nessa profissão”, conta.

Para ela, ser intérprete de Libras foi também um desafio. “Fui substituir uma amiga que estava doente por um período de mais ou menos uns quatro meses. Acabando essa experiência um amigo me comunicou que estava precisando de intérprete na Unit. Fiz uma entrevista e graças a Deus consegui a vaga. Fiz vários cursos especializantes por exemplo, Como trabalhar com bilinguismo na educação de surdos; Formação Continuada para professores de surdos; Capacitação para professores na área de Deficiência Auditiva; Libras Básico, Intermediário e Avançado; Tradutor e Intérprete de Libras; Introdução a Interpretação em Língua Brasileira de Sinais; Debates Contemporâneos em Libras”, destaca.

A experiência de Rigleisson Gomes foi diferente. Ele trabalha como Tradutor e Intérprete há mais de seis anos. Seu interesse em aprender Libras surgiu quando fez um curso no Instituto Luciano Barreto Júnior (ILBJ) em meados de 2012. “Posteriormente em 2016 ingressei na graduação em Libras na Universidade Federal onde sou formado e especialista em Tradução e Interpretação da Língua Brasileira de Sinais. Fiz o curso de Libras completo para adquirir fluência: Básico, Intermediário e avançado. Mas também fiz vários outros paralelos, e posteriormente, a especialização e pós-graduação”, comenta.

“Para quem quer seguir a carreira, o primeiro passo seria adquirir a fluência na língua, em seguida, realizar a formação específica para Tradutores e Intérpretes porque somente a fluência não é suficiente. O fato de ser fluente em um determinado idioma não significa que você pode ser um Tradutor e Intérprete, pois exige diversas habilidades e conhecimentos técnicos que somente é adquirido com a formação específica”, ressalta.

Elisana Alves Fraga, trabalha como intérprete de Libras há 10 anos, mas na área de Libras desde 2008. “Comecei como professora de Surdos na Apada. Meu interesse por libras surgiu quando na faculdade que eu estava tinha uma colega surda, assisti uma palestra que ela contava sua história de vida e me encantei. Então fui fazer o curso básico de Libras, pós graduação libras, graduação em Letras Libras e pós graduação em Tradução e Interpretação em Libras. Atualmente faço a mediação entre aluno- professor,  professor - aluno e aluno - aluno quebrando a barreira linguística”, explica.

A intérprete afirma ter se encontrado na profissão. “É muito gratificante fazer esse trabalho e promover a acessibilidade linguística através da Libras, apesar de não ser um trabalho fácil, pois tem muita terminologia específica de cada curso, necessitando de um tempo estudando para que o trabalho seja realizado da melhor maneira possível. No momento estou acompanhando um no curso de Educação Física, anteriormente acompanhei uma também no curso de design gráfico”, diz. 

Ela ressalta o papel do tradutor/intérprete de Libras em sala de aula, como elo na comunicação entre o estudante surdo e o ambiente acadêmico é de extrema importância, pois garante a acessibilidade linguística dos estudantes surdos. “A dica que eu dou é uma área que está crescendo, é só focar nos estudos e seguir em frente,  não é um trabalho fácil como citei anteriormente, mas é gratificante”, conclui.


Asscom Unit


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