O bullying é mais do que apenas um problema nas escolas. É uma questão que afeta a segurança e o bem-estar dos estudantes, e, tem sido associado a atentados chocantes em todo o Brasil. Diante desse cenário alarmante, é fundamental combater essa prática nociva e adotar medidas efetivas de prevenção. 

Os pedagogos surgem como protagonistas nessa luta, desempenhando um papel vital na construção de um ambiente escolar seguro. De acordo com a professora tutora de Pedagogia da Universidade Tiradentes (Unit), Eunice Aparecida Borsetto, a prevenção do bullying é uma questão urgente que demanda ação imediata.

"Com o amplo acesso às mídias de comunicação, o bullying tem tomado amplitude maior do que se imaginava até tempos atrás, até então restrito ao ambiente familiar, social e escolar. Resultando em sérias consequências para agressores, vítimas e espectadores da violência, resultando em angústia, sofrimentos físicos e psíquicos", alerta Borsetto.

Dados divulgados pelo Ministério da Educação revelam uma realidade perturbadora: entre os anos de 2018 e 2022, mais de 150 atentados em escolas foram registrados em todo o país, muitos deles com vínculos diretos ao bullying. Esses episódios são um alerta urgente para a necessidade de agir agora, antes que mais vidas sejam afetadas.

Mediando conflitos

Segundo a professora, os pedagogos desempenham um papel central na prevenção e combate ao bullying. "Cabe aos profissionais da educação identificarem os grupos mais suscetíveis a receber ou se tornarem vítimas de atos que geram constrangimento, bem como as causas deste constrangimento. A partir daí, é possível elaborar estratégias didáticas que promovam o desenvolvimento da inteligência da afetividade, estimulem a vivência democrática e proporcionem debates sobre regras, valores morais e noções de justiça", explica Borsetto.

A atuação dos pedagogos vai além da intervenção em casos de conflito. Eles desempenham um papel fundamental na construção de um ambiente escolar seguro e acolhedor, por meio de projetos e campanhas que envolvam toda a comunidade escolar. 

"É preciso desenvolver projetos de valorização das diferenças que tragam toda a comunidade que gira em torno da escola para um novo olhar sobre o momento atual, em que a violência e a falta de compreensão do outro, como seu próximo não como inimigo, está colocando em risco o futuro da civilidade e do respeito, prejudicando o bem maior e a finalidade da escola que é o ensinar e a aprendizagem", afirma Borsetto.

Os dados do Ministério da Educação ainda indicam que o bullying afeta cerca de 35% dos estudantes brasileiros, sendo um problema que não pode ser negligenciado. Além dos impactos emocionais e físicos nas vítimas, o bullying também compromete o ambiente escolar como um todo, interferindo na qualidade da aprendizagem e no bem-estar dos estudantes.

“Trabalhar a escola como um conjunto de agentes é o ponto de partida para uma mudança dentro da instituição chamada escola. Os agentes não abrangem somente os profissionais da educação alocados na instituição e os alunos, mas sim familiares das crianças, bem como pessoas que giram em torno da escola”, destaca Eunice.

A prevenção do bullying não é apenas uma responsabilidade individual, mas uma missão coletiva. É preciso agir agora para proteger os estudantes e garantir que eles tenham um ambiente escolar seguro, onde possam crescer e se desenvolver plenamente. 

Asscom Unit

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