Dietas restritivas ou alimentação balanceada: o que é melhor para perder peso?

Redação, 16 de Dezembro , 2023

Uma das resoluções mais frequentes a cada começo do ano é a de perder peso e cuidar da própria saúde. Este objetivo tem levado muitas pessoas a adotar dietas restritivas, deixando de consumir alimentos com gorduras, frituras, carboidratos e outros que contribuem para o ganho de peso. Muitas destas dietas são bastante propagandeadas pela internet, através de coaches e influenciadores digitais. No entanto, nem sempre essa tática acaba resultando no efeito desejado. 

Especialistas na área nutricional alertam que estas dietas, quanto mais impõem restrições, mais podem criar a chance de a pessoa desenvolver compulsões alimentares. Isso é corroborado por uma série de pesquisas, a exemplo da realizada em 2022 por cientistas da Universidade de Haifa, em Israel, e citada em uma reportagem publicada no dia 29 de outubro pelo site de notícias G1. Segundo o estudo, realizado com 123 pessoas, as pessoas demonstraram mais emoções negativas e sentimentos como fome e desejo por comida a cada vez que eram mais impedidas de ingerir determinados tipos de alimentos. 

A professora Kathleen Alves da Silva, preceptora de estágio do curso de Nutrição da Universidade Tiradentes (Unit), explica que a dieta é quando o uma pessoa precisa restringir algum alimento ou realizar uma alimentação com menos calorias ou nutrientes (como carboidratos, minerais ou proteínas), e tem o objetivo de recuperar o estado nutricional do indivíduo e até mesmo não prejudicar ainda mais uma patologia manifestada. Já uma alimentação balanceada, equilibrada em seus componentes, é quando a pessoa pode comer de tudo e não tem nenhum tipo de patologia que necessite restringir algum alimento. 

De acordo com Kathleen, cortar drasticamente alimentos específicos do dia a dia pode não ter efeitos significativos, mas eliminar grupos alimentares pode ter um efeito positivo ou negativo. “Quando se elimina os alimentos ultraprocessados, o efeito é positivo, pois o indivíduo deixa de ingerir uma quantidade de calorias muito alta além de sódio, açúcares e gorduras. Mas eliminando o grupo alimentar das frutas, por exemplo, o indivíduo reduz sua ingestão de vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes, e isso impacta de maneira negativa, pois pode acontecer uma deficiência nutricional”, detalha ela.

Um erro muito comum entre as pessoas é fazer dietas diárias sem avaliação médica prévia e sem o acompanhamento de um nutricionista ou profissional de saúde especializado. “As dietas restritivas nem sempre são garantia de perda de peso, pois muitas vezes os indivíduos não buscam orientações de indivíduos capacitados para conhecer como deve ser feita a alimentação. Assim, as pessoas retiram muitos alimentos, mas continuam consumindo uma quantidade calórica alta”, afirma Kathleen, frisando que estas mudanças precisam ser acompanhadas por outras mudanças no estilo de vida, como realizar exercícios físicos e dormir bem, dedicando mais horas ao sono.

Ainda segundo a professora, as práticas que podem causar o desenvolvimento de uma compulsão alimentar é modificar todo o padrão alimentar de maneira muito rápida. “O cérebro precisa de um tempo para se acostumar com hábitos novos e quando a mudança é muito drástica o indivíduo pode não conseguir sustentar essa mudança por muito tempo e voltar ao padrão alimentar anterior, ou até mesmo consumindo uma maior quantidade de alimentos que foram restritos”, explica. 

O jeito correto

A preceptora de Nutrição orienta que o caminho correto é equilibrar e balancear a alimentação, e não apenas excluir alimentos. Uma dica é incluir várias frutas diferentes ao longo do dia e saladas ou verduras no almoço. Além de arroz e feijão, pode-se aumentar o consumo de alimentos com fibras, como aveia, sementes de chia, linhaça e gergelim, e as fontes de gorduras insaturadas, como abacate, azeite, castanhas e amendoim. Para garantir a inclusão destes alimentos saudáveis, a professora recomenda fazer um bom planejamento alimentar, que passa por fazer as compras regularmente em supermercados e feiras livres.

“É possível continuar comendo o que gosta e perder peso sim. O importante é aprender a utilizar bem os ingredientes e alimentos de modo que adeque ao paladar do indivíduo. Então, é consumir frutas que sejam do agrado, fazer saladas diferentes com temperos diferentes para que seja atrativo, utilizar as raízes em preparações diferentes como em escondidinho de carne, torta de batata doce, entre outros”, conclui Kathleen. 


Asscom Unit 


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