Projeto Rondon leva universitários às comunidades remotas de Rondônia

Alunos e professores da Universidade Tiradentes contribuem para saúde, educação e cultura em missão que envolve oficinas e interação com tribos indígenas

O Projeto Rondon, uma iniciativa do governo federal coordenada pelo Ministério da Defesa, tem como objetivo promover a cidadania e o desenvolvimento sustentável em regiões remotas do Brasil. Através da participação de estudantes universitários, o projeto busca levar soluções para problemas locais e fortalecer a integração nacional.

Na recente operação “Sentinelas Avançadas II”, realizada em Rondônia, alunos e professores da Universidade Tiradentes (Unit) se uniram a essa missão. Durante as duas semanas de atividades, entre os dias 13 e 24 de julho, a equipe realizou diversas ações nas áreas da saúde, educação, direitos humanos e cultura, beneficiando comunidades isoladas e carentes.

A professora da Unit e coordenadora da equipe, Ana Célia Góes, destaca a importância do projeto para a formação dos estudantes. “No Projeto Rondon, os alunos têm uma grande oportunidade de desenvolver uma formação cidadã e humanizada, aplicando na prática o que aprendem em sala de aula. Cada operação é uma nova experiência, pois os alunos só podem participar do Projeto Rondon uma única vez, tornando cada equipe uma primeira experiência para nós”, elenca a professora.

Durante a operação, os alunos conduziram oficinas de primeiros socorros, saúde bucal, saúde da mulher e pré-natal, entre outras atividades. Essas ações foram realizadas em várias comunidades, incluindo tribos indígenas, como a aldeia Uru-Eu-Wau-Wau. 

“A logística da operação foi bem organizada, com os participantes alojados em uma escola com chuveiros quentes, ar condicionado nas salas e uma excelente estrutura. Cozinheiras estavam presentes, enquanto os alunos se encarregavam de lavar suas próprias roupas e programar as oficinas do dia seguinte. Os resultados foram dentro do esperado, com aprovação total da comunidade e da gestão municipal. O foco do Projeto Rondon na capacitação de multiplicadores, em vez de atendimentos individuais, garantiu um impacto duradouro e contínuo”, relata Ana Célia.

Impacto, aprendizados e resultados

Para os estudantes, o Projeto Rondon oferece uma experiência única e de grande impacto, promovendo o desenvolvimento pessoal e profissional. Um exemplo é a estudante de enfermagem da Unit, Vitória Teresa Pinto, que destaca a importância do projeto. Ela atuou nas oficinas de saúde da mulher, pré-natal, vacinação e com crianças. Vitória conta que seu grupo foi um verdadeiro presente que levará para a vida, tornando-se uma família. 

“Minha motivação para participar do Projeto Rondon foi justamente pelo fato de ele ter como objetivo assistir populações que, por diversos motivos, não possuem acesso ao conhecimento e atendimento que podemos prestar. Esse é o meu objetivo enquanto futura profissional. Esta está sendo a maior e melhor experiência da minha vida. O conhecimento que passamos com certeza ajuda bastante a população, mas nada se compara ao aprendizado que recebemos enquanto cidadãos”, comenta Vitória.

A convivência com culturas diferentes e a adaptação às condições locais são alguns dos desafios enfrentados pelos participantes. No entanto, os desafios são superados pela recompensa de ajudar o próximo e pela troca de experiências. “Sem dúvidas, o momento mais marcante foi quando tivemos a oportunidade de realizar oficinas na aldeia indígena Uru-eu-wau-wau. Poucas pessoas conseguem a permissão de adentrar o território, mas nós construímos uma relação de confiança e trocamos muitos costumes com os nossos povos originários na terra sagrada deles. Foi uma experiência única, que sem o Rondon não seria possível”, elenca a estudante.

Através da participação de estudantes universitários, o projeto contribui para a formação de cidadãos mais conscientes e engajados com as questões sociais. “Como profissional, o Rondon nos coloca fora da nossa zona de conforto, atendendo a população carente com poucos recursos, semeando em nós, estudantes, a habilidade de nos reinventar e nos adaptar, além de desenvolver a empatia”, finaliza a estudante Vitória.

Fonte: Asscom Unit

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